21 de mar 2025
Arquivo secreto dos EUA revela desconfiança de Mazzilli sobre Goulart antes do golpe de 1964
Documentos secretos revelam que Ranieri Mazzilli alertou embaixador dos EUA sobre instabilidade política no Brasil antes do golpe de 1964.
Arquivo censurado em 2018 e, depois, totalmente liberado em 2025 mostra censura a trecho sobre Ranieri Mazzinni (Foto: Reprodução/Arquivo Nacional dos EUA)
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Um documento ultrassecreto de novembro de mil novecentos e sessenta e três revela que o então presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, expressou ao embaixador americano, Lincoln Gordon, sua desconfiança em relação às intenções do presidente João Goulart para o futuro do Brasil. O conteúdo, que foi censurado anteriormente, foi liberado na terça-feira, dia dezoito de outubro de dois mil e vinte e três, e faz parte de mais de dois mil documentos relacionados à investigação do assassinato do presidente americano John F. Kennedy.
O diálogo entre Mazzilli e Gordon ocorreu seis meses antes do golpe militar de trinta e um de março de mil novecentos e sessenta e quatro, que depôs Goulart. Na época, Mazzilli era o primeiro na linha sucessória da presidência. O arquivo revela que a CIA alertava sobre a instabilidade política no Brasil e temia que Goulart pudesse estabelecer um regime autoritário, buscando alianças com países comunistas, como Cuba e a União Soviética.
Além disso, documentos indicam que conselheiros americanos preferiam um golpe militar, já que Goulart não tomava medidas para eliminar a influência comunista em seu governo. Mazzilli relatou sua preocupação com a situação política ao embaixador, e seis meses após essa reunião, os militares depuseram Goulart. Mazzilli assumiu a presidência provisória por duas semanas até a posse do general Castelo Branco.
Historiadores, como Carlos Fico, afirmam que Gordon teve um papel crucial na articulação para derrubar Goulart, convencendo o Departamento de Estado dos EUA de que o presidente brasileiro representava uma ameaça. O professor Felipe Loureiro acrescenta que o principal objetivo dos EUA era a segurança nacional, temendo uma crescente esquerdização do Brasil sob Goulart. A CIA também monitorava conspirações contra o governo, embora algumas perderam força sem o apoio do general Pery Bevilacqua, que se opôs ao golpe.
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