22 de mar 2025
María José Espinosa defende que a migração deve ser gerida, não contida
Suspensão de programas de migração deixa mais de 30 mil pessoas em situação precária no México, forçando migrações irregulares e perigosas.
Um migrante carrega seu filho após cruzar o Rio Grande na fronteira dos EUA com o México em Ciudad Juárez, estado de Chihuahua, México, na quarta-feira, 24 de abril de 2024. (Foto: Justin Hamel/Bloomberg)
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María José Espinosa, especialista em política externa e diretora executiva do Centro de Engajamento e Advocacy nas Américas (CEDA), destaca a complexidade da migração, especialmente em relação à sua identidade cubana. Ela observa que a mobilidade dos cubanos sempre foi marcada por restrições e pressões, tanto internas quanto externas, que moldam suas vidas. Desde 2018, Espinosa tem visitado a fronteira sul dos Estados Unidos, notando que as mudanças nas políticas de imigração resultaram em uma diminuição significativa no número de migrantes, embora a migração em si não tenha cessado.
Recentemente, durante uma visita a El Paso, Texas, Espinosa notou uma ausência de migrantes nas ruas e nos pontos de entrada, um reflexo das políticas implementadas pela administração Trump, que resultaram em uma queda drástica nos encontros na fronteira. Em fevereiro de 2024, as detenções foram de 11.709 indivíduos, comparadas a 176.195 no mesmo mês do ano anterior. Espinosa alerta que, embora as travessias tenham diminuído, isso não significa que a migração tenha parado; ao contrário, ela foi empurrada para o sul, tornando-se mais perigosa.
A suspensão de caminhos legais para a migração tem forçado muitos a depender de redes informais e criminosas, aumentando os riscos de exploração e violência. Em Juárez, muitos migrantes estão se voltando para redes clandestinas de habitação, o que os expõe ainda mais. Espinosa enfatiza que as políticas de deterrência não têm funcionado, citando o exemplo de cidadãos venezuelanos que, após restrições de trânsito, começaram a usar rotas mais perigosas, controladas por traficantes.
Além disso, cortes de financiamento têm impactado severamente organizações que oferecem assistência a migrantes, resultando em uma perda de até 80% de recursos em algumas delas. Isso compromete a assistência legal, abrigos e alimentos, enquanto a criminalização da ajuda humanitária se intensifica. A situação dos migrantes em limbo no México é crítica, com muitos aguardando mudanças nas políticas ou considerando a travessia irregular, mesmo cientes dos riscos envolvidos. Espinosa conclui que a gestão da migração requer cooperação hemisférica e a expansão de caminhos regulares, essenciais para garantir a dignidade e os direitos humanos dos migrantes.
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