Política

Governo brasileiro pede desculpas a familiares de vítimas da ditadura na Vala de Perus

Governo brasileiro pede desculpas por negligência na identificação de ossadas da Vala de Perus, reafirmando compromisso com a verdade e justiça.

Ministra Macaé Evaristo faz pedido de desculpas referente à vala clandestina de Perus (Foto: TV Globo)

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A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, pediu desculpas em nome do Estado brasileiro aos familiares de desaparecidos políticos da ditadura militar (1964-1985). O pedido ocorreu no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo, durante uma cerimônia que marcou o Dia da Memória, pela Verdade e pela Justiça. A ministra reconheceu a negligência do governo na identificação de ossadas encontradas na Vala Clandestina de Perus, onde foram enterrados ilegalmente corpos de opositores do regime.

Desde a descoberta da vala em 1990, apenas cinco das 1.049 ossadas foram identificadas, um processo que se arrasta há décadas. A ministra anunciou que o governo federal está comprometido em financiar a continuidade dos trabalhos de identificação, que foram paralisados em 2020 devido a cortes orçamentários. Em 2024, um novo acordo de cooperação foi assinado para retomar as atividades do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf), que é responsável pela análise das ossadas.

Durante a cerimônia, Gilberto Molina, irmão de uma das vítimas, expressou a dor de anos de espera pela identificação dos restos mortais de seu irmão, Flávio Carvalho Molina, que foi torturado e morto em 1971. A ministra enfatizou que o Estado brasileiro tem uma dívida com os familiares de mortos e desaparecidos políticos, e que a busca pela verdade e pela justiça deve ser uma prioridade. Ela também destacou a importância de um sistema nacional integrado para a identificação de desaparecidos, que ainda enfrenta desafios significativos.

O Ministério Público Federal havia movido uma ação civil pública contra a União e outras instituições devido à negligência na identificação das ossadas. O reconhecimento oficial da falha do Estado é visto como um passo importante, mas especialistas alertam que é necessário garantir a continuidade do trabalho e a implementação de políticas permanentes para evitar que a história se repita, especialmente em relação a desaparecimentos recentes.

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