24 de mar 2025
Governo dos EUA acidentalmente compartilha planos de ataque ao Iêmen com jornalista
Jornalista acidentalmente incluído em grupo de segurança nacional revela planos de ataque aos houthis; críticas à segurança das comunicações aumentam.
Fumaça é vista após ataque aéreo dos EUA contra a capital do Iêmen, Sana (Foto: AFP)
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O jornalista e editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, revelou que foi adicionado, aparentemente por engano, a um grupo de alto escalão do governo dos EUA, que discutia um ataque contra os houthis no Iêmen. A Casa Branca confirmou que as mensagens parecem autênticas, enquanto o presidente Donald Trump afirmou não ter conhecimento sobre a troca de textos. Goldberg recebeu um pedido de conexão no aplicativo Signal de um usuário identificado como Michael Waltz e, após ser incluído em um grupo, percebeu que estava acessando discussões de segurança nacional.
No grupo, houve uma intensa discussão sobre a necessidade de uma ação militar contra a milícia houthi, que tem laços com o Irã e foi responsável por ataques na região. O vice-presidente JD Vance questionou a urgência do ataque, sugerindo um adiamento, enquanto o secretário de Defesa, Pete Hegseth, argumentou contra a demora, citando riscos como vazamentos de informações e a possibilidade de Israel agir primeiro. Hegseth compartilhou dados sobre o ataque horas antes de sua execução, mas Goldberg optou por não divulgar essas informações para proteger a segurança de militares e agentes de inteligência.
Goldberg deixou o grupo um dia após o ataque e contatou alguns membros para verificar a autenticidade da conversa. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, confirmou que a troca de mensagens parecia genuína e que uma investigação foi iniciada para entender como ele foi adicionado ao grupo. O porta-voz de Vance reiterou que o vice-presidente está alinhado com a política externa de Trump, apesar de suas dúvidas durante a discussão.
O incidente gerou críticas no Congresso sobre o uso de aplicativos de mensagens para tratar de assuntos de segurança nacional, especialmente com a inclusão de um jornalista sem as credenciais necessárias. O senador John Cornyn descreveu a situação como uma "grande confusão", enquanto o deputado Pat Ryan pediu uma audiência sobre o caso. Advogados sugeriram que Waltz pode ter violado a Lei de Espionagem ao criar o grupo, já que normas federais proíbem discussões de segurança nacional em plataformas de mensagens.
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