Protestos na Turquia resultam em mais de 1.100 detenções após prisão de prefeito de Istambul

A polícia turca deteve mais de 1.100 pessoas, incluindo jornalistas e advogados, em resposta a protestos que eclodiram após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais opositores do presidente Recep Tayyip Erdogan. As manifestações, que começaram em Istambul, se espalharam por mais de 55 províncias, tornando-se as maiores mobilizações antigovernamentais em mais de uma década. O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, afirmou que as detenções foram por "atividades ilícitas" e que 123 policiais ficaram feridos durante os confrontos.

Imamoglu, que foi suspenso do cargo e preso sob acusações de corrupção e liderança de uma organização criminosa, é visto como uma ameaça significativa ao governo de Erdogan. O partido de Imamoglu, o Partido Popular Republicano (CHP), denunciou sua prisão como um "golpe de Estado político". Em uma mensagem enviada da prisão, Imamoglu se declarou determinado a não desistir e prometeu que "tudo ficará bem", ecoando um lema de sua campanha anterior.

Os protestos foram marcados por confrontos violentos, com a polícia utilizando gás lacrimogêneo e canhões d'água para dispersar os manifestantes. A repressão se intensificou após o governo declarar as manifestações ilegais, levando a uma escalada de tensões nas principais cidades do país. A situação gerou preocupações sobre a liberdade de imprensa, com a detenção de jornalistas que cobriam os eventos.

A prisão de Imamoglu teve um impacto significativo na economia turca, com a Bolsa de Istambul registrando uma queda de 16% na semana anterior e a lira perdendo 3% de seu valor. O governo turco implementou medidas para conter a volatilidade do mercado, incluindo a proibição de "posições em curto" por um mês. A situação continua a evoluir, com a oposição se mobilizando em resposta à repressão e à detenção de seu líder.