Lula afirma que anistia não é prioridade e critica defesa de Bolsonaro em viagem ao Vietnã

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a anistia não é uma questão prioritária para o Brasil no momento, em resposta ao pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que buscam a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Durante uma viagem ao Vietnã, Lula destacou que "anistia não é um tema principal para ninguém, a não ser para quem está se culpabilizando". Ele enfatizou que há assuntos mais relevantes no Congresso Nacional que atendem aos interesses do povo brasileiro.

Lula também negou ter discutido a anistia com os líderes do Legislativo durante sua viagem à Ásia. Ele mencionou que ainda não conversou com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, sobre o tema, mas planeja fazê-lo ao retornar ao Brasil. A proposta de anistia é defendida por bolsonaristas e líderes da oposição, mas, segundo Lula, representa um reconhecimento de culpa por parte dos envolvidos nos atos de janeiro.

O presidente criticou a urgência da oposição em avançar com o projeto na Câmara dos Deputados, mesmo com o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em andamento. Ele questionou a estratégia dos advogados de Bolsonaro, afirmando que "primeiro eles vão absolver o cidadão, que se absolver não tem anistia". Lula argumentou que o ex-presidente parece não querer se defender, sugerindo que ele tem consciência das acusações que enfrenta.

A discussão sobre a anistia ganhou destaque após o STF decidir, por unanimidade, tornar Bolsonaro e outros sete réus por conspirar e organizar a tentativa de golpe em 8 de janeiro. Essa decisão tem gerado repercussões significativas no cenário político brasileiro, refletindo a polarização em torno do tema e as diferentes interpretações sobre a responsabilidade dos envolvidos nos eventos daquele dia.