Marcos Sá Corrêa revela a Operação Brother Sam em relançamento de livro sobre 1964

A Livraria do Senado relança, nesta quarta-feira, o livro “1964, visto e comentado pela Casa Branca”, do repórter Marcos Sá Corrêa. A obra é baseada em documentos e reportagens publicadas no Jornal do Brasil em 1977. Na época, Sá Corrêa, com apenas 30 anos, viajou para os Estados Unidos em busca de informações sobre a intervenção militar no Brasil, partindo de três pistas que indicavam a participação americana no evento.

Durante sua pesquisa em Austin, Texas, Sá Corrêa encontrou documentos que revelavam a Operação Brother Sam, que enviou uma força naval ao Brasil em 31 de março de 1964, incluindo o porta-aviões Forrestal. Ele copiou centenas de telegramas e relatórios, temendo uma possível inspeção na alfândega ao retornar ao Brasil. Ao chegar, descobriu que o general Sílvio Frota havia sido demitido, e as revelações sobre a operação começaram a surgir.

O contexto da época era marcado por uma crise política, com o presidente João Goulart enfrentando um crescente descontentamento militar. Em um telegrama confidencial, o embaixador americano Lincoln Gordon expressou preocupações sobre Goulart buscar poderes ditatoriais, sugerindo que o Brasil poderia cair sob controle comunista. Gordon recomendou o envio de armas para apoiar a resistência militar liderada pelo general Humberto Castello Branco.

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal está em processo de decidir sobre a execução das penas de 84 condenados pelos eventos de 8 de janeiro. As decisões podem ficar a cargo do juiz relator Alexandre de Moraes ou serem divididas entre os ministros do Tribunal. Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo, fez declarações polêmicas, relembrando seu estilo de governo e criticando urnas eletrônicas e outros temas.