Lula critica presença da Starlink na Amazônia e defende a soberania da informação brasileira

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a "predominância" das antenas da Starlink, empresa de Elon Musk, na Amazônia. Em entrevista à revista New Yorker, Lula afirmou que observou a presença significativa das antenas durante uma visita à região. Ele declarou: "Não deixaremos alguém que odeia nossa administração, que odeia a democracia e nosso sistema de justiça, assumir o controle das informações de um país e uma região como a Amazônia."

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que quase todos os garimpos ilegais na Amazônia utilizaram a internet da Starlink em 2023. Entre abril de 2023 e março de 2024, o órgão apreendeu antenas e roteadores da empresa em vinte áreas de mineração ilegal em quatro estados. Das trinta e duas antenas confiscadas, nove estavam localizadas na Terra Indígena Yanomami, que enfrenta uma grave crise humanitária.

Além disso, doze antenas foram encontradas nas proximidades do Vale do Javari, onde ocorreram os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips em 2022. O Ibama reconheceu que a presença de antenas da Starlink em garimpos ilegais se tornou comum e, quando não é possível removê-las, o equipamento é destruído pelos fiscais.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também comentou sobre a influência das redes sociais, afirmando que, se Joseph Goebbels tivesse acesso a plataformas como o X, "estaríamos condenados". Moraes destacou a mudança na relação da extrema direita com as redes sociais na última década, ressaltando que os algoritmos, antes voltados para o consumo, agora têm um impacto mais profundo na disseminação de informações.