10 de abr 2025
Governo alemão propõe endurecimento nas políticas de imigração e asilo
Novo governo alemão, sob Friedrich Merz, propõe medidas de asilo mais rígidas, gerando divisões no SPD e apoio inesperado de Merkel.
Friedrich Merz, líder da CDU e futuro primeiro-ministro da Alemanha, e Lars Klingbeil, colíder do SPD, durante o anúncio do acordo dos partidos para formação de governo, na quarta-feira (9), em Berlim (Foto: Annegret Hilse/Reuters)
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O novo governo da Alemanha, liderado por Friedrich Merz, anunciou uma política de asilo mais restritiva, com foco em controle de fronteiras e deportações frequentes para a Síria e o Afeganistão. Essa mudança gerou divisões internas no Partido Social-Democrata (SPD), onde uma ala questionou a eficácia do acordo com a União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU). Aziz Bozkurt, presidente da comissão de migração do SPD, criticou o plano como um conjunto de medidas desconexas que favorecem a extrema direita.
Bozkurt destacou que a nova proposta altera o princípio da investigação para o da evidência, complicando o processo de aprovação de pedidos de asilo. Ele também expressou preocupação com a imagem do SPD, que já enfrentou dificuldades nas últimas eleições, onde obteve uma das piores votações de sua história. O partido, que atualmente registra cerca de 15% nas pesquisas, precisa da aprovação interna para a coalizão, o que pode ser desafiador.
Friedrich Merz, que já havia causado polêmica ao considerar votos da extrema direita para uma moção no Parlamento, recebeu apoio inesperado de Angela Merkel, ex-primeira-ministra. Em uma entrevista, Merkel elogiou a nova abordagem, contrastando-a com sua própria política de imigração de 2015, que foi amplamente criticada nos últimos anos. O governo austríaco também manifestou apoio às novas medidas, destacando a colaboração no controle de fronteiras.
Entretanto, a Suíça expressou preocupações sobre as novas diretrizes alemãs, especialmente em relação à rejeição de solicitantes de asilo nas fronteiras. Um porta-voz do governo suíço afirmou que o país se reserva o direito de agir caso considere que as rejeições violem a legislação aplicável. A situação continua a gerar debates acalorados entre os países europeus e dentro da própria Alemanha.
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