Política

Brasileiros enfrentam xenofobia na Alemanha com crescimento da AfD e discursos de ódio

Brasileiros na Alemanha enfrentam xenofobia, intensificada pela AfD, com 21% de apoio. Queixas de crimes de ódio aumentaram 813% entre 2019 e 2023, totalizando 15 mil. Casos de discriminação ocorrem em serviços públicos e no cotidiano, como em bancos. Especialistas alertam que a xenofobia pode crescer com a participação da AfD no Bundestag. A discriminação é multifacetada, envolvendo raça e questões econômicas, segundo Evelyne Leandro.

Co-líder da AfD, Alice Weidel será a primeira candidata mulher do partido na disputa (Foto: Getty Images)

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Brasileiros que residem na Alemanha relatam experiências de xenofobia e discriminação, enfrentando constrangimentos e recusa de atendimento em serviços públicos. Especialistas apontam que o discurso anti-imigração, especialmente promovido pelo partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD), contribui para esse cenário. Nas eleições de 2024, a AfD aparece como a segunda força política, com 21% das intenções de voto. Isabel, estudante em Düsseldorf, compartilha uma experiência em que um atendente de banco a mandou embora por não querer atendê-la em inglês.

Além de dificuldades em serviços bancários, muitos brasileiros enfrentam barreiras no acesso à saúde. Alessandra, que buscou atendimento médico, foi informada de que não seria atendida por não falar alemão. A presidente da ONG Janaínas, Evelyne Leandro, alerta que a crescente influência da AfD pode intensificar as microagressões e a falta de políticas públicas de proteção aos imigrantes. Embora não existam dados oficiais sobre casos de xenofobia contra brasileiros, um levantamento do Ministério do Interior alemão indica um aumento de 813% nas queixas de crimes de ódio entre 2019 e 2023.

O sociólogo Sergio Costa destaca que a retórica xenófoba se intensifica quando políticos sinalizam que a hostilidade a estrangeiros é aceitável. Ele menciona tentativas de legislações que restringem a imigração e a reunificação familiar, apoiadas pela AfD. Dados de uma pesquisa de 2024 revelam que 13,3% da população acredita que a presença de estrangeiros representa um risco para o país, refletindo um clima de desconfiança e preconceito.

Casos de discriminação se espalham por diversas cidades. Cleuza, tradutora na Saxônia, relata que colegas de trabalho ignoravam suas tentativas de comunicação. Solange, mãe de um menino de seis anos, enfrentou discriminação na escola, levando-a a buscar ajuda estatal. Daniela, em Dresden, recebeu um panfleto da AfD que simulava uma ordem de deportação, evidenciando a hostilidade enfrentada por imigrantes. A xenofobia na Alemanha, segundo Costa, não é um fenômeno recente, mas se intensificou após a reunificação em 1990, refletindo insatisfações sociais mais amplas.

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