10 de abr 2025
Greve geral na Argentina é classificada como 'ataque à República' pelo governo Milei
Greve geral na Argentina, convocada pela CGT, reflete descontentamento com austeridade de Milei; transporte e serviços públicos são os mais afetados.
O presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images)
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O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, classificou a greve geral realizada nesta quinta-feira, 10, como um “ataque à República”. Convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a paralisação é a terceira desde que Milei assumiu o cargo em dezembro de 2023, refletindo a crescente insatisfação popular com as políticas de austeridade e demissões em massa. A mobilização teve início à meia-noite e afetou principalmente os setores de transporte e serviços públicos, resultando no cancelamento de mais de 250 voos e impactando mais de 20 mil passageiros.
O governo divulgou mensagens nas estações de trem, afirmando que a “casta sindical atenta contra milhões de argentinos que querem trabalhar”. A ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, minimizou a adesão à greve, destacando que “as ruas agora pertencem aos que trabalham”. Apesar da postura do governo, a greve teve forte adesão entre os funcionários públicos, com muitos escritórios fechados e serviços essenciais paralisados, embora o transporte de ônibus em Buenos Aires tenha funcionado normalmente devido à não adesão do principal sindicato do setor.
Os protestos visam reivindicar melhores condições de trabalho, aumento das aposentadorias e liberdade para protestar sem repressão. A CGT e outras entidades associadas criticam as políticas de ajuste fiscal que resultaram em cortes de empregos e uma queda contínua no consumo. A greve ocorre em um contexto de inflação elevada e aumento da pobreza, com a população expressando descontentamento em relação à gestão de Milei.
A Aerolíneas Argentinas, a principal companhia aérea do país, informou que a paralisação gerou um custo estimado de R$ 3 milhões. O governo, por sua vez, anunciou que descontará as diárias dos servidores públicos que participaram da greve. A situação evidencia o crescente desgaste da administração Milei, que enfrenta desafios significativos em sua tentativa de implementar reformas econômicas em meio a um clima social tenso.
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