Polícia Federal apreende quase R$ 1 milhão e investiga prefeito de Sorocaba por desvios na saúde

A Polícia Federal deflagrou a operação "Copia e Cola" em Sorocaba (SP) nesta quinta-feira, 10 de agosto, visando investigar a gestão do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) por suspeitas de desvios de recursos públicos na saúde. Durante a ação, foram apreendidos R$ 863 mil em dinheiro, além de armas e veículos de luxo, em endereços relacionados a líderes religiosos próximos ao prefeito. A operação abrangeu treze cidades e incluiu a execução de 28 mandados de busca e apreensão.

A investigação foca na Organização Social (OS) Aceni, que recebeu R$ 123,7 milhões da Prefeitura de Sorocaba desde a gestão de Manga, para a administração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Éden e da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Oeste. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) já considerou irregular a contratação da Aceni, alegando falta de comprovação da situação emergencial e da economicidade dos contratos.

Em coletiva, Rodrigo Manga se defendeu, alegando que a operação é uma perseguição política e que os serviços prestados pela Aceni são fiscalizados. Ele negou qualquer envolvimento com os bens apreendidos e afirmou que a investigação é legítima, embora tenha criticado a atuação de algumas forças policiais como eleitoreira. O prefeito também comentou sobre outros escândalos em sua gestão, incluindo a compra de um prédio com superfaturamento de R$ 10 milhões.

A operação "Copia e Cola" não resultou em prisões, mas o sequestro de bens da Aceni totaliza R$ 20 milhões, e a OS está proibida de ser contratada pelo poder público. A defesa de Marco Silva Mott, amigo de Manga e investigado por supostas atividades ilícitas, optou por não se manifestar. A Prefeitura de Sorocaba declarou estar colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos.