Deportações em massa de imigrantes venezuelanos por Trump geram impacto econômico e social em Miami

Trump intensifica deportações de venezuelanos, cubanos e nicaraguenses nos EUA

O ex-presidente Donald Trump ordenou a revogação do status de liberdade condicional humanitária para 532 mil imigrantes, incluindo venezuelanos, cubanos e nicaraguenses. A medida aumenta o temor de deportações em massa e gera preocupações sobre o impacto econômico.

A decisão de Trump afeta principalmente imigrantes que residem em Miami e outras cidades da Flórida. Paralelamente, centenas de milhares de venezuelanos podem perder o Status de Proteção Temporária (TPS), sem perspectiva de regularização.

Durante a campanha presidencial, Trump prometeu deportar criminosos perigosos, mas ampliou o escopo para incluir residentes legais sem histórico criminal. A presidente da Amavex, Helene Villalonga, afirma que a comunidade venezuelana vive em “constante estado de terror” desde a posse de Trump.

Impacto econômico e mão de obra

Especialistas alertam para o impacto econômico das deportações. Cerca de 36% dos trabalhadores da construção civil na Flórida são imigrantes indocumentados ou com autorizações temporárias, segundo David Dyssegaard Kallick, da Immigration Research Initiative (IRI).

A deportação desses trabalhadores pode gerar escassez de mão de obra, aumento de preços e inflação. Kallick estima que a economia da Flórida pode se contrair e mais de 80 mil empregos americanos podem ser perdidos.

Acusações de viés e comparação com El Salvador

A professora de Relações Internacionais Flavia Loss critica a legalidade das deportações, afirmando que muitas se baseiam em critérios como tatuagens, sem provas concretas de envolvimento com gangues. Ela aponta um viés midiático e compara a postura de Trump com a do presidente de El Salvador, Bukele.

Putin e a trégua na Ucrânia

Em outro contexto, o professor de Comunicação Política Beto Vasques analisa que a trégua anunciada pelo presidente russo Vladimir Putin na guerra da Ucrânia pode ser uma forma de “humilhar” Trump, explorando símbolos culturais como a Páscoa.