25 de abr 2025
Europa intensifica produção de armas e atrai investimentos após invasão da Ucrânia
A Europa reavalia sua defesa com aumento na demanda por armamentos, impulsionada pela invasão da Ucrânia e novas parcerias internacionais.
O Eurofighter, ou 'Typhoon', um caça-bombardeiro avançado construído por um consórcio de fabricantes europeus, decolou no mês passado de uma pista da empresa perto de Turim, na Itália. (Foto: Fabio Bucciarelli/NYT)
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Recém-saídos da linha de montagem, dois jatos Eurofighter decolaram de Turim com destino ao Kuwait, marcando a primeira venda internacional do modelo. O Exército kuwaitiano adquiriu os jatos da Leonardo, empresa italiana que integra um consórcio com fabricantes do Reino Unido, Alemanha e Espanha. A demanda por armamentos na Europa aumentou significativamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, levando a uma reavaliação dos investimentos em defesa.
A mudança de foco da Europa em relação à segurança é evidente. O consórcio Eurofighter, que busca unir recursos em vez de competir, já está atraindo a atenção de outros países, como Polônia e Turquia, que consideram acordos multibilionários para adquirir os jatos. Giancarlo Mezzanatto, ex-diretor executivo do consórcio, afirmou que a situação geopolítica e a pressão para que a Europa reduza a dependência dos Estados Unidos impulsionam essa tendência.
O setor de defesa europeu está em ascensão, com ações de empresas como Leonardo e Rheinmetall subindo cerca de 24% em 2023. A Comissão Europeia anunciou um plano para aumentar os gastos com defesa em aproximadamente US$ 840 bilhões, incluindo US$ 165 bilhões em empréstimos. O Banco Europeu de Investimento também planeja dobrar seu financiamento para projetos de segurança e defesa.
A mudança na percepção pública sobre investimentos em defesa é notável. Fundos de pensão, que tradicionalmente evitavam fabricantes de armas, estão reconsiderando suas políticas. A Varma, um fundo de pensão finlandês, agora pode investir em fabricantes de armas convencionais, desde que os produtos sejam usados para defesa. A pressão para rearmar a Europa é crescente, especialmente com a Otan solicitando investimentos na indústria de defesa para evitar a expansão do conflito.
A fragmentação do mercado europeu de defesa gera ineficiências, resultando em custos elevados para equipamentos militares. Um obus de artilharia europeu pode custar entre US$ 6 milhões e US$ 19 milhões, enquanto um similar americano custa menos de US$ 2 milhões. A Leonardo, além do Eurofighter, está desenvolvendo um caça de última geração, o Programa Aéreo Global de Combate, que deve entrar em serviço em 2035, competindo diretamente com o F-35 americano.
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