26 de abr 2025
Moradores de Fernando de Noronha protestam por eleições diretas para administrador-geral
Moradores de Fernando de Noronha exigem eleições diretas para o cargo de administrador geral, atualmente vago, em protesto contra a indicação política.
Moradores de Fernando de Noronha na marcha 'Diretas já', para reivindicar o direito em escolher de forma direta os seus administradores (Foto: Renata Magalhães/Acervo pessoal)
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Um grupo de moradores de Fernando de Noronha organizou uma manifestação na última segunda-feira, reivindicando o direito de escolher diretamente o administrador-geral do arquipélago. O cargo está vago desde janeiro, e a governadora Raquel Lyra (PSD) enfrenta críticas pela demora na nomeação. O movimento, chamado de “Diretas já”, surge em meio a acusações de que a governadora estaria utilizando a indicação como barganha política.
Durante uma sessão na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Waldemar Borges (PSB) afirmou que a escolha do administrador poderia ser usada como “moeda de troca” para atrair apoio político. A governadora havia indicado o biólogo Walber Santana, mas desistiu um dia antes da sabatina. O novo indicado, Virgílio de Oliveira, é filho de um deputado federal e sobrinho do presidente estadual do Avante. A sabatina de Virgílio está atrasada, sem previsão de ocorrer.
A manifestação contou com a presença de cinco dos sete conselheiros distritais, incluindo Milton Luna, presidente do Conselho Distrital. Ele destacou a importância da escolha direta, afirmando que a comunidade merece ter voz na seleção de seu representante. Ailton Júnior, outro conselheiro, criticou o modelo atual, chamando-o de “perverso”.
A proposta de emenda à Constituição, que tramita na Alepe, visa permitir que os moradores escolham seus representantes de forma direta. Segundo Borges, esse modelo garantiria mais legitimidade ao administrador. O presidente da Assembleia Popular Noronhense, Nino Alexandre Lehnemann, defendeu uma gestão mais ampla e melhor atenção a serviços básicos, como saúde e educação.
A manifestação, embora significativa, não foi discutida pela associação mais antiga do arquipélago. Lehnemann sugeriu que a comunidade poderia eleger um administrador-adjunto, cargo atualmente ocupado por José Aglailson Neto, indicado por Raquel Lyra. A legislação local recomenda que a nomeação recaia sobre cidadãos residentes na ilha.
Ailton Flor, presidente da Associação da Hotelaria de Fernando de Noronha, defendeu uma “gestão compartilhada” e pediu mais agilidade nas respostas do governo. A proposta de Borges para eleições diretas é vista como uma resposta às insatisfações da população, que clama por um processo mais democrático na escolha de seu administrador.
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