28 de abr 2025
Reforma administrativa é essencial diante da aposentadoria de 153,6 mil servidores públicos
Um quarto dos servidores públicos federais se aposentará em dez anos, mas o governo não prioriza reformas para melhorar a eficiência do setor.
Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)
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Nos próximos dez anos, um quarto dos servidores públicos federais, totalizando 153,6 mil, deve se aposentar, com um pico de desligamentos previsto para este ano. O governo federal, no entanto, não demonstra interesse em implementar reformas administrativas que poderiam aumentar a eficiência do setor público.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirma que está avaliando as demandas antes de definir novos concursos públicos. A automação digital tornou várias funções obsoletas, mas o MGI não parece disposto a enfrentar a baixa produtividade dos servidores. Atualmente, os funcionários públicos representam 5,6% da população, mas as despesas com o funcionalismo consomem 13% do PIB, superando países com sistemas públicos mais onerosos, como Portugal e França.
A qualidade dos serviços prestados é considerada baixa, e os altos custos com o Judiciário e o Ministério Público agravam a situação. Realizar novos concursos sem abordar esses problemas pode resultar em uma nova geração de insatisfeitos com os serviços públicos. As promoções dependem apenas do tempo de serviço e certificados, sem considerar competência ou desempenho.
Embora o governo tenha tentado facilitar transferências de servidores e expandido o Programa de Gestão e Desempenho, as mudanças têm sido limitadas. O modelo atual é voluntário, permitindo que as equipes definam suas atribuições. Para uma verdadeira reforma, seria necessário aprovar um conjunto de leis no Congresso que redesenhasse as carreiras e a remuneração no setor público.
O compromisso do Legislativo com a eficiência da gestão tem sido fraco. O Projeto de Lei sobre supersalários, por exemplo, foi alterado para incluir exceções que tornam ineficaz a tentativa de limitar os altos salários no funcionalismo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que frequentemente menciona seu compromisso com os mais pobres, tem priorizado o apoio a sindicatos em vez de promover reformas administrativas que poderiam beneficiar a população.
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