Política

Reforma administrativa é essencial diante da aposentadoria de 153,6 mil servidores públicos

Um quarto dos servidores públicos federais se aposentará em dez anos, mas o governo não prioriza reformas para melhorar a eficiência do setor.

Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)

Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)

Ouvir a notícia

Reforma administrativa é essencial diante da aposentadoria de 153,6 mil servidores públicos - Reforma administrativa é essencial diante da aposentadoria de 153,6 mil servidores públicos

0:000:00

Nos próximos dez anos, um quarto dos servidores públicos federais, totalizando 153,6 mil, deve se aposentar, com um pico de desligamentos previsto para este ano. O governo federal, no entanto, não demonstra interesse em implementar reformas administrativas que poderiam aumentar a eficiência do setor público.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirma que está avaliando as demandas antes de definir novos concursos públicos. A automação digital tornou várias funções obsoletas, mas o MGI não parece disposto a enfrentar a baixa produtividade dos servidores. Atualmente, os funcionários públicos representam 5,6% da população, mas as despesas com o funcionalismo consomem 13% do PIB, superando países com sistemas públicos mais onerosos, como Portugal e França.

A qualidade dos serviços prestados é considerada baixa, e os altos custos com o Judiciário e o Ministério Público agravam a situação. Realizar novos concursos sem abordar esses problemas pode resultar em uma nova geração de insatisfeitos com os serviços públicos. As promoções dependem apenas do tempo de serviço e certificados, sem considerar competência ou desempenho.

Embora o governo tenha tentado facilitar transferências de servidores e expandido o Programa de Gestão e Desempenho, as mudanças têm sido limitadas. O modelo atual é voluntário, permitindo que as equipes definam suas atribuições. Para uma verdadeira reforma, seria necessário aprovar um conjunto de leis no Congresso que redesenhasse as carreiras e a remuneração no setor público.

O compromisso do Legislativo com a eficiência da gestão tem sido fraco. O Projeto de Lei sobre supersalários, por exemplo, foi alterado para incluir exceções que tornam ineficaz a tentativa de limitar os altos salários no funcionalismo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que frequentemente menciona seu compromisso com os mais pobres, tem priorizado o apoio a sindicatos em vez de promover reformas administrativas que poderiam beneficiar a população.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela