Minhocão gera polêmica com intervenção da Prefeitura e divide opiniões na cidade

Recentemente, a Prefeitura de São Paulo iniciou um teste para abrir vagas de estacionamento sob o Minhocão, gerando protestos e críticas. A ação foi considerada apressada, sem consulta a especialistas ou um projeto urbano claro.

O vice-prefeito, Mello Araújo, justificou a medida como uma forma de reduzir a sujeira no canteiro central, onde há barracas de pessoas em situação de rua. A intervenção, no entanto, provocou reações de ciclistas e vereadores, além de acusações de higienismo.

A discussão sobre o Minhocão é polarizada. Defensores da demolição e da transformação em parque se opõem a motoristas e comerciantes que desejam a manutenção do tráfego. A situação é complexa, com moradores divididos entre o desejo de mudança e a necessidade de manter o que já conhecem.

Gestão e Planejamento

A falta de um plano claro para o futuro do Minhocão é uma preocupação. O Plano Diretor estabelece um prazo para o fim da passagem de carros no elevado, mas a Prefeitura ainda não organizou um debate efetivo. O Plano de Intervenção Urbana (PIU) está suspenso, e a instalação de vagas de estacionamento não parece fazer parte de um projeto maior.

Um relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) aponta que o estacionamento em 45 graus no canteiro central pode atrapalhar o trânsito e a fluidez dos ônibus. A ausência de um planejamento urbano adequado levanta questões sobre a gestão da cidade.

A controvérsia em torno do Minhocão reflete a luta entre diferentes interesses e visões para o futuro da cidade. Enquanto isso, a falta de diálogo e de propostas concretas continua a gerar opiniões acaloradas entre os cidadãos.