04 de mai 2025
Super-representação dos ricos no Congresso afeta políticas de redistribuição no Brasil
Reforma do Imposto de Renda enfrenta resistência no Congresso, enquanto pesquisa da FGV investiga impacto das trajetórias políticas na desigualdade.
Plenário da Câmara dos Deputados durante a sessão para eleição do novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a proposta de reforma do Imposto de Renda, que busca estabelecer um imposto mínimo para os mais ricos. A declaração ocorreu em março, em meio a preocupações sobre a representação desigual no Congresso Nacional. Haddad destacou que os super-ricos estão sobrerrepresentados, o que pode dificultar a aprovação de medidas mais progressivas.
Dados do Latinobarómetro de 2023 indicam que 54,2% dos brasileiros acreditam que o país é governado por um pequeno grupo em benefício próprio, em vez de atender ao bem comum. A super-representação dos ricos no Congresso é um tema recorrente em pesquisas, que mostram que políticos frequentemente vêm de origens econômicas privilegiadas.
Impacto das Trajetórias dos Políticos
Estudos sugerem que a trajetória dos formuladores de políticas influencia a concentração de renda e as decisões políticas. Pesquisas em democracias parlamentaristas mostram que gabinetes compostos por profissionais liberais tendem a promover cortes em políticas sociais. Em contraste, aqueles formados por profissionais socioculturais costumam ampliar essas políticas.
Em 2024, o Núcleo de Direito e Economia Política da FGV Direito SP iniciará um projeto de pesquisa para investigar como a trajetória dos formuladores de políticas impacta a tributação da renda no Brasil. O estudo analisará cinquenta democracias entre 2005 e 2020, com foco em barreiras a iniciativas de redistribuição.
Necessidade de Representatividade
O objetivo da pesquisa é mapear o processo de formulação de políticas e entender como as trajetórias dos políticos moldam suas opiniões e decisões. A representatividade vai além do controle de lobby e financiamento de campanhas, sendo crucial compreender como essas trajetórias interagem com outras formas de influência e poder.
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