Ciro Gomes critica troca de ministros e classifica situação como "indignidade inexplicável"

O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira, após um escândalo de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos em aposentadorias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Wolney Queiroz como seu sucessor, gerando críticas internas no Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e presidenciável pelo PDT, expressou sua insatisfação com a troca. Em um comentário nas redes sociais, ele afirmou: “Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável.” A saída de Lupi foi motivada por investigações da Polícia Federal sobre irregularidades em convênios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que datam de 2019.

Embora Lupi não seja alvo direto das investigações, sua permanência no cargo se tornou insustentável. A demissão de Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi para a presidência do INSS, também contribuiu para a crise. Wolney, que era o secretário-executivo da pasta, já demonstrava proximidade com Lula, o que acirrou as tensões no PDT.

A escolha de Wolney não foi bem recebida por alguns membros do partido, que consideraram a decisão uma falta de consideração. O deputado André Figueiredo (PDT-CE) comentou que a indicação não passou pelo partido, o que gerou incômodo na bancada. A relação entre o PDT e o governo Lula, que já era tensa, pode se agravar com essa mudança.

Ciro Gomes, que mantém um forte vínculo com Lupi, criticou a falta de apoio de Wolney durante sua campanha em 2022. A situação do PDT é delicada, já que o partido perdeu representação na Câmara e enfrenta o risco de não superar a cláusula de barreira nas próximas eleições. Lupi, agora de volta à presidência do PDT, busca fortalecer a posição do partido em meio a essas dificuldades.