Filadélfia Comunicação é acusada de gerenciar redes pessoais de ministro com verba pública

A agência Filadélfia Comunicação foi contratada para prestar serviços de comunicação digital ao Ministério de Portos e Aeroportos, gerando controvérsias devido a seu histórico com figuras ligadas ao mensalão. Documentos recentes revelam que a agência também atuou nas redes pessoais do ministro Silvio Costa Filho (Republicanos), apesar de negações.

O contrato com o ministério, que totaliza R$ 3,8 milhões por dez meses, não inclui a gestão das redes pessoais do ministro. No entanto, a Filadélfia apresentou propostas para a identidade visual das contas de Silvio no Facebook e Instagram, levantando questões sobre o uso de verba pública. A agência já havia oferecido serviços semelhantes ao ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho, mas não há indícios de que o material tenha sido utilizado.

Relação com o passado

A Filadélfia Comunicação, com sede em Belo Horizonte, tem vínculos com figuras do mensalão e tem conquistado contratos no governo atual. Em novembro de 2024, a agência firmou um contrato de R$ 13,97 milhões para serviços ao Ministério das Comunicações, que também beneficiaram outros órgãos, incluindo o Ministério de Portos e Aeroportos.

Documentos obtidos pela Folha indicam que a Filadélfia atuou nas redes sociais do ministro Silvio, criando uma nova identidade visual que integra elementos da cultura pernambucana. A proposta incluiu um slogan: "Silvio: trabalho, diálogo e mais trabalho", utilizado para promover sua imagem pessoal.

Negativas e justificativas

Tanto a Filadélfia quanto o Ministério de Portos e Aeroportos negam que a agência gerencie as redes pessoais do ministro. O ministério afirma que as ações visam divulgar o trabalho institucional e que a administração das redes sociais é feita por assessores pessoais. A Filadélfia, por sua vez, declarou que suas propostas se restringem à comunicação institucional e que não atua nas contas pessoais dos ministros.

A situação levanta preocupações sobre a transparência no uso de recursos públicos e a possível sobreposição entre as atividades da agência e as redes pessoais de figuras públicas.