Deputados pedem suspensão do Discord após plano de ataque a show de Lady Gaga

O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, solicitou a suspensão das plataformas Discord e 4chan no Brasil após a Polícia Civil desmantelar um plano de ataque a bomba durante o show de Lady Gaga em Copacabana. O ofício foi enviado à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, argumentando que a suspensão ajudaria a “coibir a produção e a circulação de conteúdos criminosos”.

A investigação revelou que um grupo discutia o ataque no Discord, recrutando crianças e adolescentes para participar do plano, que visava um público de aproximadamente 2,1 milhões de pessoas. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) também pediu a suspensão da plataforma, destacando que a empresa não possui representação legal no Brasil. Ele comparou a situação ao caso do X, que foi suspenso no ano passado por similar falta de responsabilidade.

Ação Policial

A Operação Fake Monster resultou na prisão de três homens, incluindo um menor, e na apreensão de outro suspeito no Rio Grande do Sul. Os acusados planejavam usar explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o evento, com o objetivo de atacar a comunidade LGBTQIA+. O grupo promovia “desafios” violentos em quatro estados: Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul.

O Discord, originalmente criado para gamers, enfrenta crescentes críticas por ser utilizado para disseminar conteúdos de violência e discursos de ódio. No primeiro trimestre de 2025, as denúncias de conteúdo criminoso na plataforma aumentaram 272% em relação ao ano anterior. Especialistas apontam que a falta de controle e a recusa em compartilhar informações com autoridades tornam o Discord um ambiente atrativo para criminosos.

Desafios para a Segurança

Pesquisadores destacam que a dificuldade em monitorar atividades ilícitas no Discord se deve à sua estrutura, que limita buscas e dificulta a identificação de conteúdos problemáticos. O Instituto para o Diálogo Estratégico observa que a plataforma não permite a coleta de dados de forma eficaz, o que prejudica investigações sobre comunidades extremistas.

Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo também investiga o Discord por apologia à violência digital, após a plataforma ignorar uma solicitação para derrubar uma transmissão ao vivo com conteúdo violento. As ações criminosas incluem desde estupros virtuais até a comercialização de pornografia infantil, evidenciando a necessidade urgente de medidas efetivas contra esses crimes.