07 de mai 2025
Nikolas Ferreira se aproxima da Igreja Católica com leituras e apoio a grupos tradicionalistas
Bolsonarismo cresce entre católicos com a ascensão de Nikolas Ferreira, que promove tradições da Igreja e desafia a influência progressista de Francisco.
Ex-presidente Jair Bolsonaro encontra fiéis na Catedral de Aparecida, durante as eleições de 2022 (Foto: Caio Guateli/AFP)
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por sua atuação evangélica, tem se aproximado da fé católica. Recentemente, ele compartilhou no Instagram duas obras que leu: a biografia de São Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei, e "Um Olhar Que Cura", do Padre Paulo Ricardo. As postagens geraram tanto interesse que o Centro Dom Bosco o convidou para uma discussão sobre catolicismo.
Essas obras e o convite refletem a crescente influência do bolsonarismo entre os católicos, especialmente após a eleição de Jair Bolsonaro. Pesquisadores apontam que o bolsonarismo se tornou uma força política significativa na Igreja, apesar das visões progressistas do papa Francisco, que faleceu recentemente. Segundo Rodrigo Toniol, professor de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bolsonaristas como Nikolas Ferreira buscam conquistar o voto católico, além de manter o apoio dos evangélicos.
A ascensão do bolsonarismo na Igreja é evidente na reação de setores católicos aos posicionamentos progressistas de Francisco, como a acolhida de pessoas LGBTQIA+ e a defesa do desenvolvimento sustentável. O coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-SP, Francisco Borba Ribeiro Neto, destaca que o bolsonarismo captou uma tendência comportamental dos cristãos, que se intensificou desde os anos 1990.
A divisão entre católicos é clara: progressistas aceitam o Concílio Vaticano II, conservadores o aceitam, mas desejam preservar certos valores, enquanto tradicionalistas o rejeitam. O voto católico, embora ainda relevante, é considerado impreciso, e a tendência é que os fiéis se inclinem mais à direita nas próximas eleições. Rodrigo Coppe Caldeira, coordenador da pós-graduação em ciência da religião da PUC-Minas, observa que a parcela bolsonarista da Igreja está se tornando mais vocal.
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