08 de mai 2025
Famílias de soldados russos desaparecidos na Ucrânia enfrentam desespero e incerteza
Famílias russas enfrentam desespero na busca por soldados desaparecidos na Ucrânia, sem apoio do governo e com milhares ainda não localizados.
Voluntários ucranianos que recolhem os corpos de pessoas mortas em combate identificam os restos mortais de soldados russos na região de Donetsk, na Ucrânia (Foto: Tyler Hicks/NYT)
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Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, muitas famílias russas enfrentam a incerteza sobre o paradeiro de seus entes queridos, soldados desaparecidos em combate. Recentemente, relatos de famílias, como o de Elvira Kaipova, destacam a falta de apoio do Ministério da Defesa russo na busca por esses militares, com estimativas de dezenas de milhares de desaparecidos.
Elvira Kaipova ficou meses sem notícias de seu filho, Rafael, um soldado destacado na Ucrânia. Após insistir em informações, oficiais militares afirmaram que ele estava na ativa e incomunicável. No entanto, dois dias depois, ela soube que Rafael havia desaparecido em 1º de novembro, através de um canal no Telegram. O oficial responsável pela unidade de Rafael informou que, sem comunicação por rádio, a busca se tornava impossível.
O Ministério da Defesa russo não realiza esforços organizados para rastrear soldados desaparecidos, segundo familiares e analistas. O ministério não comentou sobre o assunto, e a falta de informações deixa os parentes em um estado de incerteza. Estima-se que cerca de 48 mil familiares de desaparecidos enviaram amostras de DNA na esperança de identificar restos mortais, conforme declarado pela vice-ministra da Defesa, Anna Tsivilyova.
Situação das Famílias
O projeto ucraniano "Quero Encontrar" recebeu mais de 88 mil pedidos de informação sobre militares russos capturados ou mortos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou 110 mil casos de desaparecidos, incluindo civis e militares. A situação é angustiante para as famílias, que frequentemente não recebem respostas claras.
Elvira, que já visitou o necrotério militar em Rostov, relatou que o local está superlotado, com cerca de 15 mil militares não identificados. As famílias enfrentam um acúmulo de informações desencontradas e a raiva se manifesta em redes sociais, onde parentes criticam a falta de comunicação dos militares.
Busca por Respostas
Algumas famílias, como a de Isakhanov Ravazan, também buscam respostas. Ravazan, um soldado de 25 anos, desapareceu após comunicar um ferimento grave durante uma batalha. Sua tia expressou esperança de que ele ainda esteja vivo, apesar da incerteza.
O Kremlin criou a Fundação Estatal Defensores da Pátria para ajudar soldados e suas famílias, mas analistas afirmam que a fundação não possui informações relevantes sobre os desaparecidos. Elvira escreveu para várias autoridades, incluindo o presidente Vladimir Putin, mas sente que sua busca é em vão.
A situação se agrava com novas leis que permitem que os comandantes declarem um soldado desaparecido apenas seis meses após o último contato, o que pode atrasar o acesso a benefícios para as famílias. Elvira, angustiada, teme não encontrar mais pistas sobre seu filho.
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