Polícia americana adota tecnologia de rastreamento por atributos físicos sem rosto

Recentemente, um novo software de rastreamento foi revelado, utilizando características físicas como tamanho do corpo, gênero, cor e estilo do cabelo, vestuário e acessórios, em vez de reconhecimento facial. Essa tecnologia levanta preocupações sobre vigilância e possíveis abusos por agências federais.

Seis meses atrás, a utilização de inteligência artificial (IA) por departamentos de polícia nos Estados Unidos foi discutida, incluindo a automação de relatórios policiais. Agora, o novo sistema de rastreamento surge como uma alternativa para contornar as leis que restringem o uso de reconhecimento facial, que estão se tornando mais comuns.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) expressou preocupação ao tomar conhecimento da ferramenta, afirmando que é a primeira vez que um sistema de rastreamento desse tipo é utilizado em larga escala nos EUA. A ACLU destaca o potencial de abuso por parte de agências federais, especialmente em um contexto onde o governo busca aumentar a vigilância sobre manifestantes, imigrantes e estudantes.

Preocupações com a Vigilância

A adoção de tecnologias de IA por departamentos de polícia tem gerado alarme entre defensores dos direitos civis. Empresas como Flock e Axon oferecem uma variedade de sensores e ferramentas de IA para analisar dados coletados. Embora os departamentos aleguem que essas tecnologias melhoram a eficiência e reduzem o tempo de resposta, surgem questões sobre a regulamentação e a transparência.

Em Chula Vista, na Califórnia, a polícia foi a primeira a obter permissões especiais para operar drones além dos limites normais. Apesar de alguns sucessos, a comunidade local se queixou da invasão de privacidade e da utilização dos drones em áreas mais pobres para questões menores, como perturbação do sossego.

Falta de Regulamentação

Jay Stanley, analista sênior da ACLU, observa que não há uma legislação federal abrangente que regule a adoção de tecnologias como o novo software de rastreamento. As agências policiais frequentemente têm liberdade para implementar essas ferramentas e avaliar a reação da comunidade posteriormente. Embora algumas localidades tenham aprovado leis contra o uso de reconhecimento facial, as agências podem encontrar formas de contornar essas restrições.

Stanley recomenda que as comunidades sejam cautelosas em relação a essa tecnologia e sugere que os departamentos realizem audiências públicas antes de adotar novas ferramentas de IA. Ele enfatiza a necessidade de promessas claras sobre o uso e a supervisão dessas tecnologias.