Acusações de cirurgia secreta e escândalos marcam a presidência do Peru

Dina Boluarte, presidente do Peru, enfrenta uma crise de popularidade e investigações por corrupção e violações de direitos humanos. Sua popularidade caiu drasticamente, com uma taxa de desaprovação de 93%, segundo pesquisa da Datum Internacional.

Recentemente, Boluarte foi acusada de realizar uma cirurgia plástica sem informar o Congresso. O cirurgião Mario Cabani revelou que a maioria dos procedimentos foi estética, contradizendo a defesa da presidente, que alegou que a operação era essencial para sua saúde. Durante sua ausência de quase duas semanas, Boluarte não delegou poderes, o que gerou críticas.

Cabani afirmou em um programa de TV que, das cinco intervenções realizadas, apenas uma era necessária para a saúde. Ele também alegou que a presidente estava sedada e inconsciente durante a cirurgia, o que contrasta com a versão de Boluarte e de seus advogados. A assessoria da presidente classificou o caso como uma questão privada.

Escândalos em série

Além da polêmica sobre a cirurgia, Boluarte está envolvida em um escândalo conhecido como "Rolexgate". Em março de 2024, a polícia fez buscas em sua residência e no palácio presidencial, investigando a aceitação de relógios de luxo como suborno. A presidente defende que os itens eram um "empréstimo" que aceitou por engano.

A instabilidade política no Peru é uma constante, com sete presidentes enfrentando processos judiciais por corrupção ou abusos de direitos humanos desde 2000. Boluarte é a sexta presidente em sete anos, e seu governo é marcado por uma série de crises e escândalos.

A história política do Peru, marcada por escândalos e corrupção, remonta ao governo de Alberto Fujimori, que foi deposto em 2000. Desde então, muitos líderes enfrentaram problemas semelhantes, refletindo a fragilidade do sistema político do país. A situação atual de Boluarte é um exemplo da continuidade desse ciclo de desconfiança e instabilidade.