20 de mai 2025
Banco do Brasil discute reparação da escravidão em reunião com Ministério Público Federal
Banco do Brasil se reúne com MPF para discutir 114 ações de reparação da escravidão, incluindo apoio a comunidades quilombolas.
BB inicia testes com o real digital (Foto: Arquivo O Globo)
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O Ministério Público Federal (MPF) convocou o Banco do Brasil (BB) para uma reunião no dia nove de junho. O objetivo é discutir um relatório que apresenta 114 ações de reparação da escravidão, focando na promoção da igualdade racial entre 2023 e 2026. O encontro visa aprofundar o debate sobre as iniciativas do banco em resposta a investigações sobre sua ligação com o tráfico de pessoas escravizadas no século XIX.
O relatório, intitulado “Relatório das ações de promoção da igualdade racial – Iniciativas do Banco do Brasil 2023-2026”, foi elaborado após cobranças do MPF e de movimentos sociais. As propostas incluem medidas para comunidades quilombolas, como apoio à reforma agrária, linhas de crédito específicas e investimentos em infraestrutura educacional. Além disso, o documento sugere ações de memória, como exposições temporárias sobre a escravidão e a adoção de cotas raciais em concursos e contratações.
Apesar de reconhecer os avanços, o MPF ressalta que muitas medidas ainda estão em fase de estudo ou implementação. O procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio Araujo, destacou a necessidade de uma política de reparação duradoura e estrutural, incluindo o fortalecimento de políticas públicas para a regularização de territórios quilombolas e a criação de fundos de reparação.
As investigações do MPF começaram em setembro de 2023, após historiadores apontarem a conexão do BB com a economia escravista. Em novembro, novas pesquisas detalharam a participação do banco no financiamento do tráfico de pessoas negras. Durante uma audiência pública, o BB reconheceu sua dívida histórica e pediu perdão à população negra, comprometendo-se a colaborar com um plano de ação coordenado pelos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania. A resposta mais estruturada do banco foi apresentada em abril de 2025.
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