Povos indígenas preservam florestas brasileiras e contribuem para a biodiversidade

Recentemente, um termo de compromisso foi assinado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e uma comunidade guarani no Paraná. O acordo permite que os indígenas permaneçam na terra indígena Kuaray Haxa, que se sobrepõe à Reserva Biológica Bom Jesus. A decisão gerou protestos de entidades conservacionistas.

Historicamente, os povos indígenas têm um papel fundamental na conservação das florestas brasileiras. Estudos demonstram que suas práticas e modos de vida são essenciais para a preservação da megadiversidade do Brasil. A presença indígena é vista como central para a conservação, mesmo em áreas de proteção integral.

O termo de compromisso foi firmado em fevereiro de 2025 e visa garantir a permanência dos guaranis em suas terras, que estão em processo de demarcação pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O ICMBio e a Advocacia Geral da União (AGU) já haviam reconhecido, em parecer de 2021, a importância da gestão compartilhada em áreas de conservação.

Dados do Instituto Socioambiental (ISA) mostram que as terras indígenas na Mata Atlântica não só protegem contra o desmatamento, mas também favorecem a regeneração de áreas degradadas. Entre 2001 e 2021, houve um ganho médio de 22% na regeneração da cobertura vegetal. Na área da aldeia Kuaray Haxa, esse ganho foi de 27,95% entre 2007 e 2017.

As práticas dos guaranis, que incluem o cuidado com a floresta e a manutenção dos processos ecológicos, são reconhecidas como essenciais para a preservação do meio ambiente. A comunidade de Kuaray Haxa afirma conhecer profundamente seu território e as ameaças que ele enfrenta, destacando a importância de proteger a floresta para as futuras gerações.