22 de mai 2025
MPF sugere adiar multas na BR-116 e gera preocupação entre empresas de tag
Proposta do MPF para adiar multas na Dutra gera apreensão entre empresas de tags, que temem impacto no crescimento de usuários do sistema free flow.
Foto: Reprodução
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O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF) sugeriu adiar a cobrança de multas na rodovia Presidente Dutra (BR-116) durante a transição para o modelo de pedágio eletrônico free flow. A proposta foi apresentada pelo procurador Guilherme Rocha Gopfert em uma audiência pública em abril. O novo sistema, que deve começar a operar no segundo semestre de 2025, substituirá as praças de pedágio por pórticos que identificam veículos por meio de tags ou placas.
A sugestão do MPF gerou preocupações na Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam), que representa empresas como Sem Parar e Veloe. A Abepam alerta que a medida pode impactar o crescimento da base de usuários de tags no Brasil, que atualmente conta com 15 milhões de tags ativas, um aumento de 67% em relação a 2023. A expectativa é que esse número chegue a 20 milhões até 2027.
O procurador Gopfert argumentou que a população deve aprender a usar o novo sistema sem ser penalizada, afirmando que "a população vai estar aprendendo, mas vai estar aprendendo com multas". O MPF, em nota, informou que está em diálogo com os envolvidos na implementação do free flow para discutir a adoção de medidas que facilitem essa transição. Caso as negociações não avancem, o MPF poderá recorrer à Justiça.
Impactos no Setor
A Abepam destacou que a postergação das multas pode ser vista como uma flexibilização excessiva, o que poderia afetar o ritmo de adesão ao sistema. A entidade citou experiências internacionais, como a da África do Sul, onde políticas de anistia levaram à insustentabilidade do sistema free flow. Em contrapartida, o Chile, que opera o modelo desde 2004, conseguiu consolidar o sistema com sucesso.
A CCR RioSP, concessionária da rodovia, afirmou que segue as diretrizes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e que a implementação do free flow requer um planejamento complexo. O procurador Gopfert também sugeriu que a concessionária envie boletos de cobrança aos motoristas, facilitando o pagamento.
A ANTT, por sua vez, ressaltou que a penalidade por evasão de pedágio é essencial para garantir a adesão ao sistema. A agência está envolvida nas discussões sobre a implementação do free flow e busca soluções que considerem a adaptação dos usuários. A Dutra contará com 21 pórticos de free flow em um trecho de 25 quilômetros entre Arujá e a capital paulista.
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