Lula enfrenta crises internas e queda de popularidade a um ano da eleição presidencial

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “só perde essa eleição para si mesmo” em um desabafo a aliados, após retornar de uma viagem ao exterior. O comentário ocorre em meio a um cenário de instabilidade no governo, marcado por crises internas e divisões na oposição após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

Recentemente, uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) revelou que 54% da população desaprovam a gestão de Lula, enquanto 44% acreditam que a situação irá piorar. O clima de tensão no governo é evidenciado por conflitos entre ministros e vazamentos de informações, que têm prejudicado a comunicação oficial.

Na última quinta-feira, o governo planejava anunciar cortes de gastos para melhorar o arcabouço fiscal. No entanto, o ministro dos Transportes, Renan Filho, antecipou as informações em um evento em São Paulo, causando um “furo” na comunicação. Apenas seis horas após o anúncio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve que recuar em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que gerou reações negativas nos mercados.

Crises Ministeriais

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também enfrentou dificuldades, perdendo embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. A bancada ruralista, liderada por Davi Alcolumbre, promoveu mudanças que enfraqueceram os controles ambientais, aumentando a pressão sobre o governo.

A pesquisa do Ipespe também indicou que 39% dos entrevistados ainda veem Lula como um bom presidente, embora 57% considerem que ele não é uma boa escolha para o futuro do país. O levantamento destaca a crescente insatisfação popular e a dificuldade do governo em reverter essa percepção negativa.

Com um ano e meio até as próximas eleições, o governo Lula enfrenta um desafio significativo para recuperar a confiança da população e estabilizar sua gestão, que se mostra cada vez mais vulnerável a crises internas e pressões externas.