Lula enfrenta crises internas e desafios políticos em meio a descontentamento popular

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “só perco essa eleição para mim mesmo” em um desabafo a aliados, refletindo a situação conturbada que enfrenta no governo. O clima de instabilidade é acentuado por divisões internas e uma oposição que se concentra na anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Recentemente, o governo anunciou cortes de gastos, mas teve que recuar em decisões impopulares, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se viu obrigado a voltar atrás após a repercussão negativa, que incluiu a queda da Bolsa e a alta do dólar. O anúncio do congelamento de R$ 30,1 bilhões em despesas, que poderia ser visto como positivo, foi ofuscado por essa controvérsia.

Crises Internas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também enfrenta dificuldades. Ela sofreu derrotas em discussões sobre exploração de petróleo e, recentemente, com a flexibilização de licenciamentos ambientais promovida pela bancada ruralista. Essas derrotas têm impactado a credibilidade do governo em áreas essenciais.

O cenário atual é bem diferente dos mandatos anteriores de Lula, quando ele contava com uma equipe mais coesa e um Congresso menos hostil. Agora, o presidente se vê frequentemente mediando conflitos internos e lidando com crises acumuladas. A pesquisa Ipespe divulgada na última semana mostra que 54% desaprovam o governo, enquanto 44% acreditam que a situação vai piorar nos próximos meses.

A falta de uma reforma ministerial e a dificuldade em retomar a iniciativa política são desafios que Lula enfrenta a pouco mais de um ano e meio das próximas eleições. O governo parece estar sempre correndo atrás do prejuízo, sem conseguir reverter a curva descendente nas pesquisas de aprovação.