Apagão de servidores compromete projetos de infraestrutura e concessões no país

Centenas de projetos de infraestrutura de transportes no Brasil enfrentam riscos de atrasos devido à falta de pessoal qualificado em órgãos do governo federal. Documentos do Ministério de Portos e Aeroportos revelam que a Coordenação-Geral de Logística e Contratações (CGLC) necessita de mais de 50 funcionários para gerenciar 200 processos administrativos. A situação é crítica, pois a equipe atual conta com apenas 17 servidores.

A CGLC, responsável por licitações e contratos, enfrenta uma sobrecarga de trabalho. O coordenador da área gerencia simultaneamente 31 contratos, o que compromete a eficiência das operações. Em um relatório, a coordenação destacou a urgência de recomposição da equipe para evitar riscos operacionais e garantir a legalidade das ações administrativas.

Limitações na Infra S.A.

A Infra S.A., estatal ligada ao Ministério dos Transportes, também enfrenta desafios. O pedido de ampliação de seu quadro de pessoal, que previa aumentar de 872 para 1.166 funcionários, foi negado. A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais apontou falhas na justificativa técnica e na previsão orçamentária. A estatal, que gerencia projetos logísticos e obras públicas, possui atualmente 84 planos de negócios em andamento, incluindo rodovias e aeroportos.

Para 2025 e 2026, o Ministério de Portos e Aeroportos planeja realizar 38 concessões portuárias e 66 intervenções em aeroportos públicos. A falta de pessoal qualificado pode comprometer esses cronogramas. O ministério afirmou que está trabalhando para expandir sua força de trabalho, incluindo a realização de concursos públicos.

Desafios e Estratégias

A Infra S.A. possui cerca de 700 empregados, mas 32% estão lotados fora da empresa. A estatal reconhece a necessidade de preencher as vagas existentes e está discutindo estratégias para evitar problemas na continuidade de projetos governamentais. O Ministério da Gestão informou que retoma a autorização de concursos para reforçar diferentes carreiras, buscando equilibrar as demandas.

A situação atual exige atenção imediata para que os projetos de infraestrutura não sejam prejudicados. A falta de pessoal qualificado pode impactar diretamente o desenvolvimento das obras e concessões planejadas, comprometendo o futuro do setor de transportes no Brasil.