Xaud propõe descentralização do poder e entrega do Brasileirão aos clubes

Samir Xaud é eleito presidente da CBF e promete descentralização do poder

Samir Xaud foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste domingo, 25 de setembro de 2023, em uma votação marcada por tensões. Ele foi o único candidato e assumirá o cargo até 2029, enfrentando o desafio de pacificar a entidade após a turbulência política recente.

A eleição ocorreu na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com a participação de federações estaduais e clubes das Séries A e B. Apesar de contar com o apoio de 25 das 27 federações, Xaud teve a resistência de 21 clubes, com apenas 10 mantendo apoio até o dia da votação. A falta de consenso entre os clubes levanta preocupações sobre a governabilidade da nova gestão.

Em seu discurso inaugural, Xaud destacou a necessidade de descentralizar o poder na CBF, criticando a centralização que caracterizou a gestão de Ednaldo Rodrigues, afastado pela Justiça. Ele afirmou que é essencial promover um diálogo mais próximo entre clubes, federações e a imprensa para o desenvolvimento do futebol brasileiro.

Propostas para o Futuro

O novo presidente também enfatizou a importância de implementar a liga de clubes, um projeto que promete transformar a administração do Campeonato Brasileiro. Xaud se comprometeu a trabalhar para que essa liga saia do papel e se torne uma realidade, buscando um entendimento coletivo entre os envolvidos.

Além disso, a nova gestão pretende focar na melhoria da arbitragem, um tema que tem gerado críticas constantes. Xaud anunciou a inclusão de representantes dos clubes na Comissão Nacional de Arbitragem como parte de suas iniciativas para aprimorar a qualidade das decisões em campo.

Xaud também abordou a necessidade de reformular o calendário dos campeonatos estaduais, propondo uma redução para 11 ou 12 datas. Essa mudança visa garantir a sustentabilidade financeira das competições, sem desvalorizar os torneios locais.

Compromissos com o Futebol Feminino

O fortalecimento do futebol feminino também foi uma prioridade mencionada por Xaud. Ele anunciou planos para aumentar investimentos e valorizar as competições, além de destacar a presença de uma mulher como vice-presidente pela primeira vez na história da CBF.

Com um mandato que se estenderá até 2029, Xaud terá a responsabilidade de unir as diferentes partes do futebol brasileiro e promover um ambiente mais colaborativo. A expectativa é que sua gestão busque soluções para os desafios enfrentados pela entidade e avance em direção a um futebol mais inclusivo e representativo.