26 de mai 2025

Cotas geram saldo positivo e impulsionam inclusão social no país
Cotas em universidades brasileiras mostram resultados positivos, mas estagnação da inclusão racial exige novas políticas educacionais.
Foto:Reprodução
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O debate sobre cotas em universidades públicas brasileiras ganhou força nos anos 2000, com críticas relacionadas ao desempenho acadêmico e à evasão. A Lei de Cotas, aprovada em 2012, previa uma revisão após dez anos, e agora, em 2023, essa atualização foi realizada.
O livro "O Impacto das Cotas", organizado pelos sociólogos Luiz Augusto Campos e Márcia Lima, revela que, após duas décadas, o desempenho acadêmico dos cotistas é comparável ao dos não cotistas. A pesquisa, que envolveu 48 autores, mostra que as expectativas de que os cotistas teriam resultados significativamente piores não se confirmaram. Em muitos casos, a diferença de desempenho é mínima ou até favorável aos cotistas.
Apesar dos avanços, a proporção de negros no ensino superior estagnou desde 2016, evidenciando a necessidade de políticas educacionais mais amplas. Campos e Lima destacam que a experiência das cotas trouxe lições sobre a importância de monitorar e avaliar políticas públicas. A falta de dados e de uma governança formal para acompanhar a política são pontos que precisam ser aprimorados.
As evidências indicam que, embora o saldo das cotas seja positivo, sinais de alerta surgem com a estagnação da inclusão racial. A política de reserva de vagas não pode resolver sozinha problemas estruturais na educação básica. É essencial avançar em políticas que garantam qualidade para todos, especialmente na educação fundamental.
Além disso, o crescimento da inclusão de jovens de baixa renda no ensino superior privado também deve ser monitorado. Programas como o ProUni contribuíram, mas a maioria dos alunos de grupos historicamente excluídos ainda está em instituições particulares. É necessário entender melhor a trajetória desses estudantes ao longo do curso e em suas vidas profissionais.
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