26 de mai 2025
Espanha luta para remover símbolos franquistas de espaços públicos após 50 anos
Símbolos do franquismo ainda persistem na Espanha, mas iniciativas recentes buscam removê los, enfrentando resistência de nostálgicos e historiadores.
Itens de recordação do ditador espanhol Francisco Franco e do fundador da Falange, José Antonio Primo de Rivera, são vendidos em uma barraca no mercado de pulgas dominical "Rastro", em Madri. (Foto: Thomas COEX / AFP)
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Cinquenta anos após a morte de Francisco Franco, a Espanha ainda abriga mais de 6.000 símbolos que exaltam o regime franquista. Monumentos, estátuas e até estabelecimentos comerciais que homenageiam o ditador permanecem em várias cidades, gerando controvérsia. Eduardo España, cocriador do site "Deveria desaparecer", destaca que essa situação é inaceitável em um Estado democrático.
O 'Arco de la Victoria', em Madri, e o mausoléu do 'Vale de los Caídos' são exemplos emblemáticos. Construído na década de 1950, o arco celebra a vitória franquista na Guerra Civil (1936-1939) e é ignorado por muitos visitantes. España afirma que esses monumentos mantêm uma "ferida muito aberta" na sociedade espanhola.
Desde 2007, com a lei de "memória histórica", o governo tenta remover símbolos da ditadura. A iniciativa ganhou força em 2018, quando o governo de Pedro Sánchez exumou os restos de Franco do 'Vale de los Caídos'. Em 2022, uma nova lei de "memória democrática" foi aprovada, criando um registro de vítimas e pressionando municípios a eliminar símbolos franquistas.
Apesar dos avanços, a resistência persiste. Nostálgicos do regime, como Chen Xianwei, proprietário de um bar em Madri, defendem a permanência dos símbolos. Ele considera a lei de memória democrática uma "manipulação da história". Alguns historiadores também criticam a remoção, defendendo uma abordagem didática para entender o passado.
Eduardo España acredita que a história deve ser ensinada nas escolas, não em espaços públicos. A luta pela remoção dos símbolos franquistas continua, refletindo a complexidade da memória histórica na Espanha contemporânea.
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