27 de mai 2025


Ana Maria Gonçalves se candidata à vaga de Bechara na Academia Brasileira de Letras
Ana Maria Gonçalves se candidata à ABL e pode se tornar a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira, promovendo a diversidade na literatura.
Foto:Reprodução
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A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do renomado romance Um Defeito de Cor, apresentou sua candidatura à Academia Brasileira de Letras (ABL) para a cadeira 33, vaga após o falecimento do linguista Evanildo Bechara. A inscrição ocorreu na tarde de terça-feira, 27 de setembro, logo após uma sessão em homenagem a Bechara.
Caso eleita, Gonçalves se tornará a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na ABL, um marco significativo para a representatividade racial e de gênero na instituição. A escritora, que atualmente reside no Rio de Janeiro, é considerada favorita, recebendo apoio de diversos acadêmicos. Sua candidatura é vista como uma oportunidade de mudança em um espaço historicamente dominado por homens brancos.
Contexto Histórico
A ABL tem enfrentado críticas pela falta de diversidade em suas fileiras. Apenas dois acadêmicos negros, Gilberto Gil e Domício Proença Filho, fazem parte da instituição. A candidatura de Gonçalves se destaca em um contexto onde tentativas anteriores de outras escritoras negras, como Conceição Evaristo, não obtiveram sucesso. Evaristo, que teve uma campanha popular intensa, recebeu apenas um voto em sua candidatura em 2016.
Um Defeito de Cor é uma obra que retrata a trajetória de Kehinde, uma mulher sequestrada no Reino do Daomé e trazida para o Brasil como escravizada. O romance, que se tornou referência na literatura brasileira contemporânea, inspirou uma exposição e será tema de um samba-enredo da escola de samba Portela em 2024.
Impacto Cultural
A candidatura de Ana Maria Gonçalves não é apenas uma questão de reconhecimento literário, mas também um passo importante para a diversidade na ABL. Sua eleição poderia abrir portas para uma maior inclusão de vozes femininas e negras na literatura brasileira. A ABL, que tem mais de 120 anos de história, viu um aumento recente na inclusão de mulheres, mas ainda carece de representatividade racial significativa.
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