Quartel no centro de SP pode ser revitalizado com novo projeto urbano

Um dos patrimônios históricos mais significativos de São Paulo, o Quartel do 2º Batalhão de Guardas, localizado no Parque Dom Pedro II, enfrenta um estado alarmante de degradação e abandono. O local, que já foi um marco da arquitetura colonial e neoclássica, agora é um símbolo de descaso, com estruturas comprometidas e entulho acumulado. A situação se agravou durante a pandemia, com o aumento de moradores de rua e usuários de drogas que utilizam os escombros para abrigo.

O governo de Tarcísio de Freitas planeja uma reforma do quartel e a construção de 1.231 unidades habitacionais nas proximidades, como parte de um projeto de requalificação do centro da cidade. A proposta inclui a restauração do edifício, que remonta a 1842, e a construção de apartamentos para famílias de baixa e média renda. No entanto, especialistas questionam a viabilidade do projeto, alertando para a necessidade de intervenções imediatas no prédio, que corre risco de ruir.

Críticas e Desafios

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) está acompanhando as discussões sobre o futuro do quartel, que é tombado desde 1991. Qualquer intervenção precisará de aprovação do órgão, que ressalta a importância de um projeto arquitetônico adequado para o restauro. O Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) também se coloca à disposição para oferecer apoio técnico.

O professor José Geraldo Simões Junior, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, expressa preocupações sobre a proposta atual. Ele argumenta que a construção de torres de 40 andares não é a solução ideal para a moradia de baixa renda, sugerindo que projetos horizontais seriam mais eficazes.

Movimento pela Revitalização

Um grupo de ex-soldados, que serviram no quartel entre as décadas de 1960 e 1990, lidera um movimento pela recuperação do espaço. Cloves Roque Xavier, um dos reservistas, destaca que a revitalização do local pode contribuir para a segurança e valorização do bairro. O quartel, que já abrigou a Guarda Cívica e a Polícia Militar, aguarda há anos por uma transformação que respeite sua história e importância cultural.