Política

Governo federal gasta R$ 3,5 bilhões em viagens sigilosas de servidores públicos

Gastos com viagens de servidores federais sob sigilo chegam a R$ 3,5 bilhões desde 2014, com Lula mantendo 15% de informações ocultas.

Pista de decolagem do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. (Foto: Danilo Verpa - Folhapress)

Pista de decolagem do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. (Foto: Danilo Verpa - Folhapress)

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Desde 2014, o governo federal brasileiro gastou R$ 3,5 bilhões em viagens de servidores, com uma em cada oito viagens mantendo informações sob sigilo, incluindo nomes e destinos. A gestão atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta 15% de sigilo em diárias e passagens, próximo ao patamar de Jair Bolsonaro (PL), que foi de 16%.

Os dados revelam que, em mais de dez anos, foram gastos quase R$ 2,8 bilhões em diárias para profissionais não identificados, representando 20% da despesa total com hospedagens. Os gastos com passagens sigilosas somaram R$ 712 milhões, equivalente a 10% do total. Durante o governo de Dilma Rousseff (PT), 12% das viagens tinham nomes sob sigilo, enquanto na gestão de Michel Temer (MDB) esse percentual caiu para 11%.

Sigilo e Justificativas

A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) afirmam que o sigilo é aplicado para proteger informações que possam comprometer a integridade de operações governamentais. Na gestão Lula, mais de 2.000 viagens sigilosas foram solicitadas pela Presidência, representando 66% do total ocultado por esse órgão em todas as gestões. Os gastos com essas viagens totalizaram R$ 4,8 milhões.

O Gabinete de Segurança Institucional classifica informações que podem comprometer a segurança do presidente como reservadas. O prazo de sigilo varia de cinco a 25 anos, dependendo da classificação. Segundo Marina Atoji, diretora de programas na Transparência Brasil, é raro que informações de diárias e passagens precisem permanecer sob sigilo por mais de cinco anos.

Críticas à Transparência

A falta de transparência é criticada por especialistas. Bruno Morassutti, cofundador da Fiquem Sabendo, destaca que o volume de viagens com informações ocultas evidencia a necessidade de procedimentos mais robustos para o controle do sigilo. Atoji ressalta que a ocultação prolongada de dados prejudica o controle social e pode atrasar a descoberta de irregularidades no uso de recursos públicos.

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) são as instituições com mais nomes sob sigilo. A PRF justifica que a natureza policial de suas atividades exige tratamento reservado para informações sensíveis. A PF, por sua vez, afirma que a divulgação de dados pode comprometer sua capacidade operacional.

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