Zema relativiza ditadura militar e promete indulto a Bolsonaro em 2026

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a ditadura militar é uma "questão de interpretação" em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. A declaração ocorreu após ele prometer indultar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso seja eleito em 2026. Zema questionou se não foram concedidos indultos a "assassinos e sequestradores" durante a ditadura, gerando reações negativas em diversos setores políticos.

A fala de Zema provocou críticas de políticos de diferentes espectros, incluindo o ex-presidenciável João Amoêdo, que o acusou de oportunismo. O vereador Pedro Rousseff (PT) e a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) também se manifestaram, considerando as declarações do governador como desrespeitosas às vítimas do regime militar.

Zema, que se apresenta como pré-candidato à presidência, tem buscado apoio do eleitorado bolsonarista. Desde que mudou sua estratégia de comunicação, ele tem adotado posturas mais alinhadas à direita, incluindo críticas ao governo Lula e a defesa de políticas de segurança mais rigorosas. Recentemente, ele visitou El Salvador para conhecer um programa de segurança que reduziu a violência no país.

A promessa de indulto a Bolsonaro, que enfrenta inelegibilidade até 2030, é vista como uma tentativa de conquistar a base bolsonarista. No entanto, aliados de Zema expressaram preocupação de que suas declarações possam prejudicar a imagem do vice-governador Mateus Simões, que busca uma postura mais moderada. A situação política em Minas Gerais se complica, já que Zema não conseguiu vencer eleições em Belo Horizonte no ano passado, o que pode impactar suas ambições presidenciais.