Ministro Alexandre Silveira pressiona por indicação polêmica na ENBPar

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está atuando nos bastidores para indicar um novo presidente para a ENBPar, estatal responsável pela gestão da hidrelétrica de Itaipu e da Eletronuclear. Após a recusa de Armando Casado em assumir o cargo, Miguel da Silva Marques, aliado de Silveira, foi nomeado interinamente, mas enfrenta resistência do conselho de administração.

A situação se complicou após a recusa de Casado, que alegou questões pessoais. O conselho, que votou a favor de sua indicação, ficou dividido, com cinco dos sete membros preferindo Casado por sua experiência no setor. Marques, que não possui histórico na área energética, recebeu apoio apenas de Silveira e de Thiago Barral, presidente do conselho.

Investigação do TCU

Marques e outro diretor estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos excessivos em uma viagem a Lisboa, totalizando R$ 92 mil. A viagem, que deveria ser para um evento de transição energética, levantou suspeitas, especialmente pela presença de uma assessora particular de Marques, que não teve seus custos informados.

A ENBPar defendeu que as viagens foram aprovadas pela diretoria executiva, mas a falta de autorização formal para a assessora pode indicar irregularidades. A nova votação para ratificar a nomeação de Marques foi cancelada por falta de quórum e está agendada para o dia seis de junho.

Pressões Políticas

A tentativa de Silveira de emplacar candidatos não é nova. No passado, ele já havia influenciado a eleição de membros para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e se envolveu em disputas por indicações na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A situação atual na ENBPar reflete a tensão entre a influência política e a governança da estatal.