Prefeitura de São Paulo é criticada por afastar diretores sem critérios claros

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) afastou diretores de 25 escolas na rede municipal de São Paulo, buscando melhorar o desempenho educacional. No entanto, um estudo da Rede Escola Pública e Universidade (Repu) revela que apenas doze dessas escolas estão entre as de menor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Os pesquisadores da Repu questionam a validade dos critérios utilizados pela prefeitura para a intervenção. Apenas três das escolas afastadas estão entre as que têm os piores resultados, considerando as metas individuais de cada unidade. A Secretaria Municipal de Educação defende que seguiu critérios "técnicos e transparentes", utilizando dados do Ideb e do Índice de Desenvolvimento da Educação da Prefeitura (Idep).

O estudo aponta para uma "arbitrariedade e falta de consistência" nos critérios adotados. A maioria das escolas selecionadas apresenta resultados próximos à média da rede municipal. Em 2023, a média do Ideb para os anos iniciais foi de 5,6, abaixo da meta de 6,2. Nos anos finais, o indicador foi de 4,8, também abaixo da meta de 6.

Os pesquisadores destacam que muitas das escolas afastadas estão mais próximas de alcançar suas metas individuais do que a média da rede. Por exemplo, quatro unidades têm diferença de menos de 0,5 ponto em relação à meta. A Emef Antonio Carlos Rocha, por exemplo, não atingiu a meta para os anos iniciais, mas alcançou para os anos finais, com média de 4,6.

A Secretaria Municipal de Educação informou que 16 escolas foram selecionadas por resultados insatisfatórios nos anos iniciais e 11 nos anos finais. A nota ressalta que todas as 25 unidades não atingiram as metas do Ideb nas duas últimas edições.