Governador do Rio apadrinha advogado ligado a caso de milícia e assassinato de Marielle

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está envolvido em polêmicas relacionadas ao advogado Antônio Carlos da Conceição Santos, conhecido como Pipo. Ele foi candidato a uma vaga de desembargador no Tribunal de Justiça, mas obteve apenas 29 votos entre 142 membros, ficando em último lugar. Pipo é acusado de invasão de terra pública e sua família enfrenta questões judiciais ligadas a grilagem e fraudes.

Pipo estreitou laços com Castro ao longo dos anos, chegando a ceder sua casa em Angra dos Reis para eventos do governador. O advogado, que até então tinha pouca expressão no meio jurídico, foi incluído na lista sêxtupla da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a disputa. No entanto, sua candidatura não teve apoio suficiente entre os desembargadores.

Acusações e Polêmicas

A Prefeitura do Rio acusa Pipo de ter ocupado irregularmente uma área pública na década de 1990, onde milicianos atuam. Ele nega as acusações, alegando confusão com um homônimo. O advogado afirma que sua candidatura foi prejudicada pela amizade com Castro, que não comentou sobre a relação.

Pipo também foi assessor de Domingos Brazão, ex-deputado preso por corrupção. A relação entre Pipo e Brazão é controversa, especialmente após a prisão deste último na Operação Quinto do Ouro, que investigou corrupção no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Pipo deixou o cargo no TCE duas semanas após a prisão de Brazão.

Questões Judiciais da Família

A família de Pipo enfrenta diversas ações judiciais. Seu pai, Carmindo da Conceição Santos, também advogado, tem um histórico de disputas imobiliárias e foi baleado em 2009. Ele foi acusado de coação em processos relacionados a terras, mas acabou absolvido. O irmão de Pipo, Bruno, também está envolvido em investigações sobre grilagem.

Pipo defende que os imóveis da família estão alugados e não estão relacionados a atividades criminosas. Ele nega qualquer envolvimento com milicianos e afirma que sua atuação na advocacia é legítima. A situação continua a gerar controvérsias e questionamentos sobre a relação entre o governador e o advogado.