06 de jun 2025
Imigração gera debate sobre contribuição econômica e estigmas sociais em Espanha
Imigração é tema central nas eleições, mas estudo do Banco de Espanha revela que imigrantes impulsionam o PIB per capita, desafiando narrativas negativas.
Um obreiro da construção trabalha em uma edificação em Valladolid. (Foto: EFE)
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O Banco de Espanha divulgou um estudo que revela a contribuição significativa dos imigrantes para o crescimento do PIB per capita do país, desafiando a visão negativa de economistas como Jesús Fernández-Villaverde. O estudo aponta que, entre 2022 e 2024, os imigrantes contribuíram com 0,4% a 0,7% do crescimento, representando quase 25% do aumento médio anual do PIB per capita, que foi de 2,9%.
Fernández-Villaverde, catedrático de Economia da Universidade da Pensilvânia, argumenta que a imigração não qualificada é um "mal negócio" para a economia espanhola. Ele sugere que a imigração deve ser restrita, afirmando que cada imigrante do grupo mais pobre gera perdas financeiras para o Estado. No entanto, o estudo do Banco de Espanha contradiz essa narrativa, mostrando que a qualificação dos imigrantes tem aumentado. Em 2022, 43% dos imigrantes tinham ensino superior, um aumento significativo em relação a anos anteriores.
Além disso, o estudo indica que um em cada dois imigrantes empregados na Espanha está sobrequalificado para suas funções, comparado a um em cada três nativos. Essa realidade sugere que a formação dos imigrantes é mais alta do que a percepção comum. A análise também destaca que a imigração é crucial para compensar a baixa taxa de natalidade e a falta de mão de obra em setores essenciais, como construção e serviços.
A crescente estigmatização da imigração tem sido utilizada por partidos de direita para mobilizar eleitores, misturando dados reais com desinformação. O Banco de Espanha e outras instituições devem intensificar esforços para esclarecer a importância dos imigrantes na economia e combater discursos que fomentam o racismo e a discriminação.
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