09 de jun 2025

Críticas a CEOs impulsionam liderança mais eficaz e transformadora
CEOs de grandes empresas nos EUA reprimem críticas internas, levantando preocupações sobre a importância da discordância para a inovação.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
Críticas a CEOs impulsionam liderança mais eficaz e transformadora
Ouvir a notícia
Críticas a CEOs impulsionam liderança mais eficaz e transformadora - Críticas a CEOs impulsionam liderança mais eficaz e transformadora
Os CEOs de grandes empresas dos Estados Unidos, como Goldman Sachs e Meta, estão enfrentando críticas crescentes sobre suas lideranças, especialmente em relação ao trabalho remoto e diversidade. Recentemente, figuras como David Solomon e Jamie Dimon tomaram medidas drásticas contra dissidências internas, enquanto Mark Zuckerberg se inspirou em Elon Musk para silenciar críticas.
No Goldman Sachs, David Solomon demitiu funcionários que criticaram sua liderança e vazaram informações sobre problemas no setor de empréstimos ao consumidor. Na Meta, Zuckerberg, que adotou posturas mais alinhadas a Donald Trump, passou a ignorar conselhos e preocupações de sua equipe sobre políticas de diversidade e moderação de conteúdo. O JPMorgan Chase também se destacou ao fechar comentários em uma página interna após a resistência de funcionários ao retorno ao trabalho presencial.
Repressão à Discordância
Essas ações refletem uma tendência crescente de reprimir a discordância nas corporações. CEOs estão se sentindo mais encorajados a exercer controle, especialmente em um ambiente pós-pandemia que transferiu parte do poder para os funcionários. Jamie Dimon, do JPMorgan, desconsiderou uma petição de funcionários que pedia a revisão das exigências de retorno ao escritório, afirmando que não se importava com o número de assinaturas.
O Google, por sua vez, fez mudanças significativas em seu fórum interno, o Memegen, que historicamente permitia que funcionários expressassem descontentamento. Essa eliminação da discordância pode ser vista como uma tentativa de restaurar a autoridade dos líderes corporativos.
O Valor da Discordância
Embora a repressão à crítica possa parecer uma solução imediata, especialistas alertam para os riscos dessa abordagem. Charlan Nemeth, psicóloga aposentada da Universidade da Califórnia, argumenta que a discordância é essencial para uma boa tomada de decisão. Em seu livro, ela destaca que o consenso pode levar a decisões ruins, enquanto a diversidade de opiniões estimula a criatividade e a inovação.
Estudos mostram que a presença de um dissidente pode reduzir a conformidade com a maioria, mesmo que essa maioria esteja errada. Cerca de 70% dos funcionários não se manifestam quando percebem problemas, temendo represálias. Essa estatística deve ser uma preocupação maior para os CEOs do que qualquer crítica externa.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.