Obras de restauração da estação da Leopoldina enfrentam impasse crítico

A restauração da antiga estação Barão de Mauá, parte do projeto de revitalização do Porto Maravilha, enfrenta paralisação nas obras. O prefeito Eduardo Paes decidiu suspender pagamentos à Concrejato, responsável pela obra avaliada em R$ 72,3 milhões, devido a pendências financeiras.

As obras estão em ritmo lento, com a Concrejato sem receber desde o final do ano passado. A empresa cobra R$ 7,8 milhões em faturas em aberto. Fontes próximas ao prefeito indicam que a suspensão dos pagamentos é uma medida para controlar as despesas após um déficit de R$ 690 milhões na arrecadação municipal em 2024.

Situação Financeira

A prefeitura enfrentou um descompasso entre despesas e receitas, com gastos de R$ 46,3 bilhões contra uma receita de R$ 45,6 bilhões. Para equilibrar as contas, Paes recorreu a R$ 682 milhões economizados nos três primeiros anos de sua gestão. Em resposta à crise, o prefeito determinou a renegociação de contratos e a busca por aumento na arrecadação.

Além disso, a Câmara de Vereadores aprovou um projeto que permite a regularização de construções irregulares mediante pagamento de taxas. As obras da estação completaram um ano na última quarta-feira, com a meta de conclusão até 6 de novembro de 2026, em comemoração ao centenário do imóvel.

Novos Projetos

Na mesma semana em que anunciou a suspensão das obras, Paes participou da assinatura de um convênio com o Governo Federal para que o BNDES desenvolva um projeto para o terreno da estação. O plano inclui a construção de condomínios populares e a instalação de equipamentos públicos, visando a futura Vila Pan-Americana, caso o Rio e Niterói sejam escolhidos para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031.

Enquanto isso, as obras da Fábrica do Samba, em outra parte do terreno, seguem sem interrupções. O procurador da República, Sérgio Suiama, afirmou que a prefeitura se comprometeu a executar a restauração da estação, que está sem uso desde 2002. A ação judicial para a recuperação do imóvel tramita desde 2013, com a decisão da Justiça Federal determinando a recuperação completa do espaço.