22 de jun 2025

Estados e municípios aprovam 30 projetos que beneficiam igrejas em 2023
PEC de imunidade tributária aguarda votação enquanto estados e municípios aprovam isenções fiscais, ampliando influência das igrejas.

Governador concedeu isenção de ICMS a importações feitas por igrejas (Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo)
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Enquanto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Imunidade Tributária, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), aguarda votação na Câmara Federal, 30 benefícios fiscais já foram aprovados por estados e municípios em 2023. Essas medidas, mapeadas pelo GLOBO, refletem uma ampliação das isenções propostas por Crivella, que busca expandir a imunidade tributária das igrejas.
Atualmente, a imunidade se restringe a impostos diretos, como IPTU e IPVA. A PEC pretende incluir contribuições como INSS e FGTS, além de beneficiar organizações ligadas às entidades religiosas. A proposta é impulsionada pela pressão de grupos evangélicos, especialmente de grandes denominações, como a Igreja Universal do Reino de Deus, da qual Crivella é bispo licenciado.
Avanços Locais
No âmbito local, a maioria das isenções aprovadas envolve tributos como ICMS e taxas de lixo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Câmara Municipal isentou templos de taxas para uso de áreas públicas em eventos e de taxas para regularização de construções irregulares. Em Fortaleza, a isenção da taxa de lixo foi aprovada, assim como em outras cidades como Crissiumal (RS) e Campinas (SP).
Além disso, no Distrito Federal, a isenção da taxa de esgoto foi aprovada, e em Ponta Grossa (PR), um projeto concedeu anistia fiscal a igrejas com mais de cinco anos de funcionamento. A mobilização política de líderes religiosos tem sido crucial para a aprovação de isenções, especialmente para imóveis alugados.
Influência Política
Esse movimento de concessão de benefícios fiscais evidencia o crescente poder das bancadas evangélicas. Segundo o pesquisador Vinicius do Valle, as igrejas buscam maximizar suas operações através de isenções. A utilização da fé como capital político se intensifica em anos eleitorais, conforme aponta a pesquisadora Magali Cunha.
Governadores também têm aderido a essa tendência. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concedeu isenção de ICMS para importados destinados a igrejas. No Rio de Janeiro e no Pará, isenções sobre contas de gás e luz foram promovidas, enquanto o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), regularizou terrenos de 400 igrejas.
Desde a Constituição de 1988, as isenções tributárias para templos têm sido detalhadas por leis específicas. A pressão por novas isenções, especialmente em um cenário político favorável, continua a crescer, refletindo a importância das igrejas no cenário político brasileiro.
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