Mais da metade das escolas brasileiras carece de bibliotecas para formação de leitores

No Brasil, 63% das escolas ainda não possuem bibliotecas, apesar da lei sancionada em 2010 que previa a universalização desse recurso até 2020. Em 2024, uma nova legislação foi aprovada, estabelecendo o prazo até 2028 para que todas as instituições de ensino tenham bibliotecas. O programa Criança Alfabetizada, lançado em 2023, visa melhorar a alfabetização, mas enfrenta desafios significativos na infraestrutura escolar.

Dados do Censo Escolar de abril de 2024 revelam que 114,4 mil escolas de um total de 179,3 mil ainda não têm bibliotecas. Muitas instituições tentam contornar a situação criando "salas de leitura". No entanto, 47,4% das escolas não possuem nem bibliotecas nem salas de leitura. Um exemplo é a Escola Estância de Planaltina, no Distrito Federal, que atende cerca de 650 crianças em uma sala de leitura precária.

A Secretaria de Educação do DF informou que, em sua rede de 709 escolas, existem 186 bibliotecas e 470 salas de leitura. A nova lei sancionada por Luiz Inácio Lula da Silva estabelece a criação do "Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares", que deve incentivar a construção de bibliotecas. Para atingir a meta, seriam necessárias 3.300 novas bibliotecas por mês até 2028.

A situação é ainda mais crítica na educação infantil, onde apenas 32,8% das escolas municipais têm bibliotecas. O programa Criança Alfabetizada, que busca garantir a alfabetização até o 2º ano do ensino fundamental, enfrenta dificuldades devido à falta de infraestrutura. No Acre, apenas 28,7% das escolas estaduais possuem salas de leitura, e em Manaus, 183 das 510 escolas municipais têm bibliotecas.

O governo federal planeja investir cerca de R$ 3 bilhões no programa Criança Alfabetizada até 2026. Especialistas alertam que as políticas de alfabetização têm enfrentado interrupções e que é necessário um esforço conjunto entre estados e municípios para melhorar a situação.