Indústria solar e eólica pode enfrentar aumento de impostos de até R$ 7 bilhões

Senadores republicanos nos Estados Unidos estão propondo um aumento de impostos sobre projetos de energia limpa e a eliminação de créditos fiscais essenciais após 2027. Essas medidas, incluídas na versão mais recente do projeto de lei de gastos do presidente Donald Trump, podem ameaçar centenas de milhares de empregos e investimentos no setor de energia renovável.

O novo projeto de lei, divulgado no fim de semana, impõe um imposto sobre projetos de energia renovável que utilizam componentes de entidades estrangeiras consideradas de risco, como a China. Além disso, a proposta prevê a eliminação abrupta dos principais créditos fiscais para projetos de energia solar e eólica que entrarem em operação após 2027. Especialistas alertam que isso pode resultar na perda de 300 gigawatts de capacidade de energia renovável nos próximos dez anos, representando um investimento de aproximadamente 450 bilhões de dólares.

John Hensley, vice-presidente sênior da American Clean Power Association, destacou que a nova taxação poderia aumentar o ônus do setor em até 7 bilhões de dólares. Ele afirmou que essa situação pode elevar os preços da eletricidade para os consumidores e sobrecarregar a rede elétrica. A construção civil também está em alerta, com a possibilidade de 2 milhões de empregos estarem em risco caso os créditos fiscais sejam eliminados.

O presidente da North America's Building Trades Unions, Sean McGarvey, classificou a proposta como a maior ameaça de destruição de empregos na história dos Estados Unidos. A legislação está se aproximando de um cenário negativo para os setores solar e eólico, conforme análise de Andrew Percoco, da Morgan Stanley. As ações de empresas do setor, como NextEra Energy e Array Technologies, já apresentaram quedas significativas após o anúncio da proposta.

Elon Musk, ex-conselheiro de Trump e CEO da Tesla, criticou duramente a nova legislação, afirmando que ela pode causar imenso dano estratégico ao país e destruir milhões de empregos.