Governo intensifica embate enquanto Gleisi busca diálogo com líderes políticos

Enquanto parte do governo mantém uma postura de confronto com o Congresso, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, busca reatar o diálogo com o Centrão. Após a derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), líderes do Centrão sinalizam disposição para negociar, desde que o governo não recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão.

A pressão por medidas de ajuste fiscal e cortes de gastos é crescente. O líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes, afirmou que é necessário “virar a página” e dialogar com o governo. Ele destacou que a retórica de embate não ajuda e que é preciso olhar para frente. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões, também enfatizou a importância de discutir cortes de gastos como forma de conquistar a classe média, que tende a ser mais crítica ao governo.

Diálogo e Prioridades

Gleisi e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, tentam agendar uma conversa com o deputado Arthur Lira, relator do projeto que eleva a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Essa proposta é uma prioridade do governo e a expectativa é que o relatório seja votado em julho. No entanto, Lira decidiu adiar a entrega do parecer, alegando que não há “clima” para a proposta ser apresentada.

Os parlamentares notaram um distanciamento crescente entre o Congresso e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, especialmente após a derrubada do decreto do IOF. A relação deteriorada é vista como um obstáculo para a aprovação de pautas importantes. Ministros próximos a Gleisi e Lira defendem um armistício para reduzir a tensão e facilitar as negociações.

Caminhos a Seguir

Gleisi tem intensificado as conversas com líderes do Congresso, buscando evitar um confronto prolongado. A ministra acredita que o debate sobre a tributação dos super-ricos é necessário, mas não deseja manter um clima de hostilidade. O Congresso possui diversas ferramentas que podem complicar a situação do governo, e a construção de um diálogo efetivo é vista como essencial para a continuidade das pautas governamentais.