Hugo Motta alerta que judicialização pode prejudicar relação com o governo

Empresários e políticos se reuniram na noite de ontem na casa de João Doria para um jantar em homenagem ao presidente da Câmara, Hugo Motta. Durante o evento, Motta criticou a judicialização do IOF, afirmando que essa estratégia pode gerar um confronto entre os poderes Legislativo e Judiciário. Ele destacou que recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a decisão do Congresso pode aprofundar a divisão entre Executivo e Legislativo.

A Advocacia Geral da União deve protocolar hoje uma ação no STF questionando a constitucionalidade do projeto de decreto legislativo (PDL) que suspendeu o aumento do IOF, aprovado por ampla maioria nas duas casas. Motta, que se mostrou favorável à independência do Legislativo, mencionou a possibilidade de pautar novos PDLs, embora não tenha especificado quais. No entanto, a expectativa é de que o projeto de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, relatado por Arthur Lira, seja aprovado.

Tensão entre os Poderes

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, revelou que há mais de 500 PDLs em tramitação na Câmara e 80 no Senado, o que pode resultar em novas derrotas para o governo Lula. No jantar, Motta enfatizou que o Brasil não suporta mais impostos e que a população espera um controle fiscal eficaz, em vez de um governo que gasta mais do que arrecada.

Interlocutores de Motta relataram que ele ainda nutre esperanças de que o governo apresente medidas de corte de gastos. O clima entre os empresários presentes indicou um distanciamento crescente de Motta em relação ao presidente Lula, com muitos acreditando que essa situação é alimentada pelas ações do próprio governo. O sentimento geral na roda política é de que a recuperação da popularidade do governo Lula será uma tarefa difícil.