Bolsonaro se afasta com recomendação médica e enfrenta desafios eleitorais e no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou o cancelamento de todas as suas agendas públicas e ficará em "repouso absoluto" durante julho. A decisão foi comunicada nesta terça-feira (1º) após uma consulta médica de urgência, devido a crises de soluços e vômitos que o têm impedido de se comunicar. A interrupção das atividades visa garantir sua recuperação após uma cirurgia e internação prolongada.

Neste contexto, a pressão sobre Bolsonaro para indicar um sucessor aumenta, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sendo o nome mais cotado. A situação se agrava com o julgamento que o ex-presidente enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em uma trama golpista, com a possibilidade de uma condenação que pode resultar em mais de 40 anos de prisão.

A nota médica assinada pelos doutores Claudio Birolini e Leandro Echenique destaca que o afastamento é necessário para a "completa recuperação" da saúde de Bolsonaro. Durante esse período, ele não participará de atividades políticas ou públicas, retornando apenas quando estiver plenamente recuperado.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem enfrentado dificuldades para dormir e se queixado de cansaço, o que o levou a se manter recluso. Em um ato recente na avenida Paulista, ele afirmou que não está em um "carro para comício" e que não pretende discutir uma possível passagem de bastão, mas reconheceu que poderia influenciar o país mesmo fora da presidência.

A pressão para que Bolsonaro indique um sucessor é sentida também entre aliados e setores do empresariado, que veem em Tarcísio uma opção viável para a continuidade de sua agenda política. Apesar disso, a insistência em uma transição de liderança é vista como arriscada, pois poderia ser interpretada como uma deslealdade por parte de Bolsonaro.